O comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, garantiu que a Comissão Europeia "está determinada a redobrar" a ajuda humanitária à Turquia e Síria, perante as consequências dos devastadores sismos.
O comissário esloveno alertou que a escala de destruição provocada pelos sismos "não tem precedentes na história moderna" e, por isso, insistiu que a UE "está determinada" a ajudar a população afetada, quer na Turquia, quer na Síria.
Ao longo do debate parlamentar, os eurodeputados insistiram, porém, que anunciar mais financiamento "não basta", sublinhando que deve ser "garantido" que a ajuda humanitária chega à população afetada.
Sobre este tema, alguns eurodeputados apontaram para a necessidade de levantar as sanções que a UE impõe aos membros e simpatizantes do Governo sírio de Bashar al-Assad, bem como a empresas e entidades ligadas ao regime, por considerarem que impede a chegada dessa ajuda.
No entanto, o comissário para a Gestão de Crises assegurou que "as sanções não proíbem ajuda humanitária, alimentos, remédios ou instrumentos médicos".
Lenarcic frisou também que é importante abordar-se o "perigo" da ajuda humanitária não ser dirigida à população afetada pelos sismos e ficar nas mãos do regime de Al-Assad.
"Já o conhecemos. Sabemos dos bombardeamentos de civis, hospitais e escolas. Como ele devastou cidades inteiras com armas químicas", recordou.
E acrescentou: "Sanções não matam sírios, Assad mata-os".
Os sismos que devastaram há uma semana o sul da Turquia e o noroeste da Síria causaram pelo menos 40.943 mortes, segundo o mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Até à data, Bruxelas ativou o mecanismo europeu de proteção civil que mobilizou 38 equipas de busca e salvamento e seis equipas médicas de 21 Estados-membros, incluindo Portugal.
Através deste mecanismo, dez países europeus ofereceram milhares de tendas, cobertores, sacos-cama, colchões, camas, geradores, aquecedores, medicamentos, alimentos, roupas de inverno, máscaras e muito mais, para o povo sírio.
Além disso, conforme explicou o comissário, o mecanismo de reserva de emergência da UE foi ativado para enviar 500 unidades de abrigo, 2.000 tendas e 8.000 camas para a Turquia.
Também enviou 3.500 milhões de euros deste fundo humanitário de emergência para cobrir as necessidades mais urgentes, como dinheiro para habitação e itens não alimentares, água e saneamento, saúde e busca e salvamento.