Numa nota publicada na página do ex-Presidente na rede social Facebook lê-se que, "desde 30 de Janeiro de 2016, Lula tornou públicos os documentos que provam que não é o dono de nenhum apartamento no Guarujá".
"Lula esteve apenas uma vez no edifício, quando a sua família avaliava comprar o imóvel. Jamais foi proprietário dele ou sequer dormiu uma noite no suposto apartamento que a Lava Jato desesperadamente tenta atribuir ao ex-Presidente", sublinha a nota.
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou hoje o ex-Presidente, a sua mulher, Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o ex-presidente da construtora OAS Léo Pinheiro e outras quatro pessoas ligadas à mesma empresa, por crimes de corrupção activa e passiva e lavagem de dinheiro.
Em causa estão supostas irregularidades na aquisição e no restauro do apartamento de luxo, situado no litoral do Estado de São Paulo.
Lula da Silva é acusado de ter sido beneficiado com obras no imóvel feitas pela construtora OAS.
Segundo o MPF, a reforma no apartamento foi oferecida pela empresa como compensação por ações do ex-Presidente no esquema de corrupção da Petrobras.
O ex-Presidente anexou um arquivo na publicação no Facebook com vários documentos que, segundo a defesa, "desmontam farsa" sobre a titularidade do imóvel.
A Operação Lava Jato investiga o maior esquema de corrupção da história do Brasil, envolvendo várias empresas, entre elas a petrolífera estatal Petrobras, e dezenas de políticos.
Em conferência de imprensa, o procurador Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, disse que o ex-Presidente era o "grande general" do esquema criminoso descoberto pelas autoridades.
Esta é a primeira denúncia contra o ex-chefe de Estado encaminhada ao juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná.
Lusa