Jornada Mundial da Juventude

Jornadas Mundiais da Juventude vão custar mais de 36 milhões, mas quem paga?

O Governo deixou ao encargo das Câmaras as obras dos principais recintos, mas as autarquias asseguram que a Igreja também está envolvida no custo da organização. Porém, ninguém sabe como, nem com quanto participa.

SIC Notícias

Organizar as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) têm um custo previsto superior a 36 milhões de euros. Mas há uma questão que se impõe: quem vai pagar?

A Câmara Municipal de Lisboa esclarece que o palco e o recinto vão ser pagos com dinheiro dos contribuintes, sendo que a outra parte fica por conta Igreja, mas ninguém diz qual o valor dessa parte.

O Governo fez um acordo com as três autarquias envolvidas: Oeiras, Loures e Lisboa para apoiar financeiramente, mas diz que a responsabilidade das obras, neste caso da construção do palco, é das Câmaras.

Quanto à Igreja, não se sabe qual o valor que se compromete a pagar na organização deste evento.

Contribuintes é que pagam?

A resolução do Conselho de Ministros não deixa margem para dúvidas: logo na primeira linha, o organizador das Jornadas Mundiais da Juventude é o Patriarcado de Lisboa, através de uma fundação criada para o efeito, presidida pelo bispo-auxiliar de Lisboa, D. Américo Aguiar.

Mas na cidade de Lisboa, as obras no parque Tejo têm levantado questões sobre os custos desde o verão.

Em setembro, o Governo fechou um acordo sobre as responsabilidades financeiras, com a Fundação e os três municípios envolvidos.

A Câmara de Lisboa tem os encargos da construção e de todas as estruturas do recinto principal do evento. No entanto, o vice-presidente da autarquia não confirma quem paga o palco.

Numa conferência de imprensa, dentro de um contentor das obras, a Câmara falou da sua responsabilidade, não estando presente nenhum representante da Igreja, com quem garante que trabalha de forma muito próxima.

Mas a parte dos custos da Igreja é um valor que nunca foi revelado. A SIC tentou falar com D. Américo Aguiar, que se encontra fora do país.

O bispo-auxiliar prometeu, no início de janeiro, numa entrevista à Renascença, transparência total nas contas das Jornadas.

Depois de fechar o orçamento para 2023, dependendo do número de participantes, será possível saber o que fica a cargo da organização.

Segundo o powerpoint distribuído pela Câmara de Lisboa esta quarta-feira, assegura o acolhimento de peregrinos e voluntários, a decoração dos altares, palcos e recintos, os cenários e os eventos paralelos.

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