Sete dias depois de as chamas terem começado a lavrar no concelho de Baião, distrito de Porto, é hora de fazer o levantamento de todos os estragos e prejuízos.
No concelho, arderam diversas casas de primeira habitação, bem como empresas, estaleiros, viaturas e ainda uma vasta área de floresta.
Na freguesia de Ancede, por exemplo, 80% do território foi afetado pelas chamas.
Daniel Guedes, presidente da junta de freguesia, revela à SIC que está a visitar todos os lugares de Ancede para perceber a dimensão dos estragos:
“Estamos a registar tudo aquilo que é possível para depois mais tarde podermos apresentar às entidades que assim entenderem apoiar.”
E lamenta:
“É uma tristeza muito grande ao vermos tudo completamente queimado.”
Reconhece que as situações mais delicadas estão relacionadas com as casas de primeira habitação que ficaram inabitáveis e com os projetos agrícolas que não resistiram à fúria das chamas.
"Sabemos que vai haver apoio do Governo para as primeiras habitações e para os projetos agrícolas, mas nós queremos mais porque há muitos, muitos estragos e as pessoas têm um enorme prejuízo", aponta.
Arderam 6.500 hectares em Baião
José Manuel Ribeiro, coordenador municipal da Proteção Civil, revela à SIC que, no concelho de Baião, arderam cerca de 6.500 hectares, uma área equivalente a 60% do território florestal do território.
Informa que, desde quinta-feira, a autarquia disponibilizou uma "linha de apoio imediata" que está disponível 24 horas por dia.
"As pessoas podem obter apoio para vestuário, para alimentação, as coisas mais emergentes, e até algum apoio psicológico", acrescenta.
Pelo menos sete pessoas morreram e 177 ficaram feridas devido aos incêndios que atingiram, na semana passada, sobretudo, as regiões Norte e Centro do país e destruíram dezenas de casas.
Em 2024, a área ardida em Portugal já ultrapassou os 145 mil hectares.