O Governo rejeita que tenha havido qualquer falha na rede Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança (SIRESP), durante os incêndios da região de Leiria. A secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, defende que o que aconteceu foi uma utilização deficiente dos equipamentos de rádio, que foi rapidamente corrigida e não provocou constrangimentos no terreno.
Quem esteve a combater as chamas na região de Leiria, nas primeiras semanas de julho, não hesita na denúncia de falhas constantes no SIRESP. Há relatos de casos em que os bombeiros tiveram de recorrer a telemóveis, rádios e, em alguns casos, emails para conseguirem comunicar enquanto as chamas avançavam. Mas, na versão do Governo, não foi nada disso que aconteceu.
De Alvaiázere e de outros concelhos do distrito de Leiria chegaram vários relatos de operacionais, divulgados na sexta-feira pela rádio Renascença, que dão conta das dificuldades no terreno provocadas por falhas na rede de comunicações. Mas mais uma vez, a secretária de estado da Proteção Civil insiste que não foi o SIRESP que falhou.
O argumento do Governo de que a sobrecarga foi causada por uma utilização deficiente da rede, não convence os operacionais no terreno. Questionam para que serve então uma rede de emergência se não tem capacidade de resposta quando há, de facto, uma emergência.