O Presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, anunciou hoje que vai interromper a visita à África do Sul para regressar à Ucrânia, depois de os ataques russos que fizeram pelo menos nove mortos em Kiev.
Na mesma mensagem divulgada através das redes sociais, o chefe de Estado ucraniano disse que vai regressar a Kiev após o encontro hoje com o Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, cancelando a restante agenda da visita à África do Sul.
Zelensky condenou os bombardeamentos russos contra a Ucrânia, apelando à Rússia para que cesse imediatamente os ataques.
"Já passaram 44 dias desde que a Ucrânia concordou com um cessar-fogo total e com o fim dos ataques (...) Há 44 dias que a Rússia continua a matar o nosso povo (ucraniano)", disse ainda o chefe de Estado da Ucrânia.
Kiev acusa Moscovo de querer manter a invasão
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andri Sybiga, disse hoje que o ataque russo prova que Moscovo persiste na invasão militar.
Sybiga disse que o Presidente russo, Vladimir Putin, demonstra que não respeita quaisquer esforços de paz e que só quer continuar a guerra.
O chefe da diplomacia expressou a opinião do governo do país através de uma mensagem nas redes socais, em que também critica as "exigência de Moscovo", referindo-se às declarações da liderança russa que pediu à Ucrânia a "retirada" de territórios como condição para a paz.
Sobre os últimos ataques russos com mísseis, os serviços de emergência da Ucrânia registaram um número ainda considerado provisório de nove mortos e 63 feridos, 42 dos quais estão hospitalizados.
Entre os feridos contam-se seis crianças.
"Os edifícios residenciais foram danificados: estão a decorrer buscas para encontrar pessoas sob os escombros", indicaram os serviços de emergência ucranianos, acrescentando que os ataques provocaram vários incêndios.
Em Kiev, um jornalista da Agência France Presse viu uma dezena de habitantes refugiarem-se num abrigo na cave de um edifício residencial, assim que soou o alerta antiaéreo.
Este ataque russo, um dos mais violentos dos últimos meses, ocorreu no momento em que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou o homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky de estar a sabotar um possível acordo com a Rússia.