Guerra Rússia-Ucrânia

"Guerra de nervos" pode tornar-se catástrofe maior do que uma "bomba atómica"

José Milhazes, comentador da SIC, explica a quem é dirigido especificamente o aumento dos salários russos, qual o objetivo desse apoio, que impacto pode ter o bloqueio das redes sociais do grupo Wagner e a redução da presença russa na central nuclear de Zaporijia.

José Milhazes

SIC Notícias

A Rússia vai aumentar os salários dos militares em 10 e meio por cento. O decreto de lei foi aprovado esta sexta-feira e surge, dias depois, da rebelião armada levada a cabo pelo grupo Wagner.

“Isto é afogar qualquer possibilidade de protesto após o levantamento militar. É mais um passo para a estabilização do sistema”, diz José Milhazes.

Para o comentador, “o governo russo tenta de todas as formas fazer esquecer o levantamento militar e tenta dar um ar de normalização”.

Sobre o bloqueio das redes de comunicação da Wagner, é também uma forma de lhe tirar “os meios de influência na sociedade russa.”

“Tentar fazer esquecer tudo o que está ligado a Prigozhin e a cortar-lhe as possibilidades de ele chegar ao leitor russo”, referiu José Milhazes.

Russos estão a abandonar central nuclear de Zaporijia

As autoridades ucranianas revelaram esta sexta-feira que a Rússia está a reduzir a presença na central nuclear de Zaporijia, cerca de uma semana após o presidente ucraniano ter alertado que Moscovo planeava um "ato terrorista" naquelas instalações.

“Esperemos que isto continue a ser uma guerra de nervos, porque se não for, é uma catástrofe que pode ser maior que o lançamento de uma bomba atómica convencional”, afirmou, acrescentando que “se e os russos abandonassem a central, ficariam muito bem em termos internacionais”.

Contudo, apesar de muito se falar sobre a saída de Putin do poder, José Milhazes recorda que a instabilidade vivida na Rússia “pode ser útil” para que isso aconteça, mas “pode não ser a melhor saída, uma vez que não se sabe em que condições irá embora e quem será o seu substituído”.

Últimas