Guerra Rússia-Ucrânia

Cimeira do G7: Reino Unido apela para que apoio à Ucrânia se mantenha “pelo tempo que for necessário”

País vai garantir mais 525 milhões de dólares em empréstimos ao executivo ucraniano em 2022.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, apela aos países membros do G7 para que mantenham o apoio económico, militar e moral à Ucrânia “pelo tempo que for necessário”. Boris Johnson diz que uma vitória da Rússia teria um custo enorme.

Boris Johnson vai discursar frente aos Estados Unidos da América (EUA), Canadá, Japão, França, Itália e à Alemanha e reforçar que o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, “precisa mais do que nunca do apoio do Ocidente”.

O líder ucraniano vai também participar por videoconferência na reunião e após a sua intervenção, adianta Downing Street, o chefe do Governo britânico anunciará que o Reino Unido está pronto a garantir mais 525 milhões de dólares em empréstimos ao executivo da Ucrânia em 2022.

A ajuda vai elevar o apoio económico e humanitário total do Reino Unido à Ucrânia, desde o início da guerra a 24 de fevereiro, para mais de 1,5 mil milhões de libras (cerca de 1,745 mil milhões de euros).

Na sua argumentação, Boris Johnson vai defender que qualquer sinal de “fadiga ou hesitação” no apoio ocidental beneficiará diretamente o Presidente russo, Vladimir Putin, e insistir que “é essencial” que o apoio demonstrado até agora “seja mantido a longo prazo”, indica a nota.

O primeiro-ministro explicará que, na sua segunda visita a Kiev desde a invasão russa, realizada na semana passada, Zelensky lhe transmitiu as necessidades mais urgentes da Ucrânia, entre as quais “apoio militar, a abertura de rotas para fora do país bloqueadas pelo exército russo e assistência financeira imediata para permitir que o Estado ucraniano funcione”.

De acordo com o comunicado de Londres, o Governo ucraniano “receia ficar sem fundos no outono”.

“A Ucrânia pode e irá ganhar. Mas eles precisam do nosso apoio para o fazer. Agora não é o momento de virarmos as costas à Ucrânia”, refere a nota.

Além da ajuda económica e humanitária, Londres forneceu apoio militar no valor de mais de 1,3 mil milhões de libras (1,512 mil milhões de euros).

Proibição das importações de ouro russo é a nova sanção à Rússia

A cimeira do G7 vai ficar marcada por novas sanções à Rússia em resposta à invasão da Ucrânia, nomeadamente a proibição de importações de ouro russo, conforme já anunciou Downing Street. Banir o ouro dos mercados londrinos, um importante centro financeiro para o comércio de mercadorias, terá “um enorme impacto na capacidade de Putin de angariar dinheiro”, insistiu o Governo britânico.

A medida afetará particularmente as elites russas que possam ter comprado ouro “numa tentativa de contornar as sanções ocidentais”. Contudo, a proibição só se aplica ao ouro recentemente extraído na Rússia e não ao ouro adquirido antes de o embargo ter sido posto em prática.

O Reino Unido impôs algumas das sanções mais duras entre os países ocidentais contra a Rússia desde que a invasão da Ucrânia começou, há quatro meses, visando o setor financeiro, o mercado do petróleo e dezenas de oligarcas, num total de mais de 100 entidades e 1.000 pessoas.

Os líderes do G7 (França, Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália, Canadá e Japão) estão reunidos no sul da Alemanha a partir deste domingo para uma cimeira de três dias, à qual se seguirá uma reunião dos países da NATO em Madrid.

Com LUSA.

SAIBA MAIS

Últimas