O Governo da Ucrânia retirou uma imagem do antigo Imperador japonês Hirohito de um vídeo em que aparecia ao lado do nazi Adolfo Hitler e do fascista Benito Mussolini e pediu desculpas ao Japão.
Our sincere apologies for making a mistake in the previous version of the video. We had no intention to offend the friendly people of Japan 🇺🇦🇯🇵. In the new video above we have corrected the mistake. https://t.co/rB3RkR6V4k
— Ukraine / Україна (@Ukraine) April 24, 2022
O Japão vai continuar a apoiar os ucranianos que estão a defender o seu país da invasão russa, apesar do retrato “completamente inapropriado” de Hirohito, disse esta segunda-feira o vice-chefe de gabinete do Governo japonês Yoshihiko Isozaki, citado pela agência de notícias AFP.
O vídeo, divulgado pelo Governo da Ucrânia na rede social Twitter a 1 de abril, incluía imagens dos líderes da Alemanha (Hitler), Itália (Mussolini) e Japão (Hirohito) durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) acompanhadas pela frase: “O fascismo e o nazismo foram derrotados em 1945”.
O Japão entrou na Segunda Guerra Mundial ao lado da Alemanha e da Itália, acabando derrotado, com as avaliações do papel de Hirohito a permanecerem hoje divididas no Japão.
Já o primeiro-ministro da altura, Hideki Tojo, foi condenado por crimes de guerra e enforcado, após o conflito.
“Retratar Hitler, Mussolini e o Imperador Showa [Hirohito] no mesmo contexto é completamente inapropriado” e “extremamente lamentável”, disse Isozaki aos jornalistas.
Segundo Isozaki, o Japão apresentou um protesto e pediu a remoção da imagem do imperador do vídeo, o que a Ucrânia fez.
“As nossas sinceras desculpas ao Japão por causa deste erro“, escreveu no domingo o Governo ucraniano no Twitter.
“Não tínhamos a intenção de ofender o povo amigo do Japão”, lê-se na mesma publicação.
O embaixador da Ucrânia no Japão, Sergiy Korsunsky, também pediu desculpa no Twitter, num texto divulgado esta segunda-feira em que escreve que quem fez o vídeo não compreendia a história.
O vídeo foi substituído por outro sem a imagem de Hirohito.
O Japão, que faz parte do grupo dos sete países mais industrializados do mundo, juntou-se às sanções a Moscovo após o ataque da Rússia à Ucrânia, iniciado em 24 de fevereiro.
Por outro lado, o Japão já enviou cerca de 280 milhões de euros de ajuda para a Ucrânia e países vizinhos que receberam refugiados da guerra e recebeu também centenas de descolados ucranianos.
Com LUSA
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