Guerra Rússia-Ucrânia

Ucrânia: Paris convoca embaixador russo após comentário “indecente” sobre Bucha

Alexei Meshkov sugeriu numa publicação no Twitter que os massacres de civis cometidos na cidade ucraniana foram encenados.

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês convocou esta quinta-feira novamente o embaixador russo em Paris, por considerar “indecente” um comentário da representação diplomática nas redes sociais sobre os abusos cometidos na cidade ucraniana de Bucha.

“Diante da indecência e da provocação da comunicação da Embaixada da Rússia em França sobre os abusos de Bucha, decidi convocar ao Quai d’Orsay esta manhã o embaixador russo [Alexei Meshkov]”, anunciou o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian.

Em causa está uma mensagem na rede social Twitter publicada pela embaixada russa, entretanto removida, intitulada “film set” [cenário de filmagens] em comentário a uma foto de uma multidão de jornalistas no que parece ser uma rua em Bucha, sugerindo que os massacres de civis cometidos naquela cidade foram uma encenação.

De acordo com a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, os restos mortais de 410 civis foram encontrados em Bucha e outros territórios da região de Kiev recentemente recuperados às tropas russas. Moscovo nega responsabilidade pela morte dos civis em Bucha, tendo o Kremlin e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, alegado “falsificações” e montagens para a imprensa.

De acordo com a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, que considera os meios de comunicação ocidentais “cúmplices” nesta “falsificação”, o lado ucraniano executou civis nesta cidade ou transportou corpos para lá para fins de encenação.

A 25 de março, o embaixador russo já tinha sido convocado ao Quai d’Orsay, local onde se encontra o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, após a publicação de caricaturas na conta da embaixada no Twitter mostrando europeus lambendo as nádegas do Tio Sam, figura que simboliza os Estados Unidos.

Como muitas outras capitais europeias, França também anunciou na passada segunda-feira a expulsão de diplomatas russos, 35 no caso, cujas atividades são consideradas “contrárias aos interesses” do país.

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