Guerra Rússia-Ucrânia

“Caminharemos para uma ordem mundial justa”, diz Rússia durante visita à China

Encontro em Tunxi reúne sete países vizinhos do Afeganistão.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, anunciou esta quarta-feira uma ordem mundial “mais justa”, em parceria com a China, durante a sua primeira visita ao país desde a invasão da Ucrânia pela Rússia.

“Estamos a viver uma fase muito séria na história das relações internacionais”, disse o chefe da diplomacia do Kremlin, no início de um encontro bilateral com o seu homólogo chinês, Wang Yi.

“Estou convencido de que, no final desta etapa, a situação internacional ficará muito mais clara, e que nós, juntamente com vocês e com os nossos apoiantes, caminharemos para uma ordem mundial multipolar, justa e democrática”, afirmou Lavrov.

Os dois países celebram uma amizade “sem limites”, pelo que Pequim recusou-se a condenar a invasão russa da Ucrânia, preferindo denunciar as sanções ocidentais contra a Rússia. No início de março, Wang Yi chegou mesmo a defender as preocupações “razoáveis” da Rússia com a sua segurança.

Sergei Lavrov está na China para um encontro de dois dias, dedicado não à Ucrânia, mas ao Afeganistão. O encontro, organizado em Tunxi, leste da China, reúne sete países vizinhos do Afeganistão, além da Rússia e da China, estarão também presentes representantes do Paquistão, Irão, Tajiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão.

O chefe da diplomacia dos talibãs, Amir Khan Muttaqi, também é esperado, segundo a imprensa estatal chinesa.

Em simultâneo, deve ser realizada a reunião de um “mecanismo de consulta” sobre o Afeganistão, com a participação de diplomatas da China, Rússia, Paquistão e também dos Estados Unidos. De acordo com um porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, o representante especial de Washington para o Afeganistão, Tom West, deve participar na reunião.

Estas reuniões ocorrem uma semana após a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros chinês a Cabul, pela primeira vez desde que os fundamentalistas islâmicos chegaram ao poder, em agosto passado.

A China compartilha uma pequena fronteira de 76 quilómetros com o Afeganistão e, por isso, teme que o país vizinho se torne uma base de apoio para separatistas e extremistas islâmicos uigures, uma minoria étnica chinesa de origem muçulmana.

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