Guerra Rússia-Ucrânia

Kremlin nega a deportação de ucranianos de Mariupol para a Rússia

Porta-voz russo explica que os refugiados ucranianos, que deixaram Mariupol para a Rússia, fizeram-no voluntariamente.

O Kremlin negou esta terça-feira que o seu exército esteja a remover à força civis desde Mariupol para a Rússia, após denúncias de Kiev que acusam as tropas russas de transferir milhares de ucranianos para o seu país.

“Garanto que isso é mentira. Isso não corresponde à realidade”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov, numa conferência de imprensa, sublinhando que “a Rússia não se envolve em tais coisas”.

O representante do Kremlin insistiu que “ninguém transfere civis à força para o território russo”, explicando que os refugiados ucranianos que deixaram Mariupol, no leste da Ucrânia, para a Rússia o fizeram voluntariamente.

“Os militares russos ajudam os civis a deixar Mariupol, a sair de áreas perigosas”, acrescentou Peskov, aproveitando para denunciar que quem tenta fugir da cidade corre o risco de ser “assassinado pelas costas”.

No dia anterior, o Ministério da Defesa russo informou que mais de 105.000 pessoas foram retiradas de Mariupol desde o início da campanha militar russa, sem qualquer cooperação das forças ucranianas.

Na semana passada, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano acusou os militares russos de terem “deportado” pelo menos 6.000 habitantes de Mariupol “para campos de filtragem na Rússia, para usá-los como reféns e exercer pressão política sobre a Ucrânia”.

De acordo com a vice-ministra para a Integração, dos territórios temporariamente ocupados da Ucrânia, Irina Vereschuk, o exército russo ocupante transferiu à força um total de 40.000 pessoas para a Rússia através de corredores ilegais não coordenados com Kiev.

Estes refugiados foram colocados em “campos de filtragem”, onde os militares russos determinam se são civis ou combatentes, segundo a mesma fonte.

As autoridades ucranianas também criticaram o Comité Internacional da Cruz Vermelha, após a decisão de abrir um escritório de representação na cidade russa de Rostov-on-Don, que Kiev acusa de “acolher de ucranianos deportados à força para a Rússia”.

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