O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmitro Kuleba, instou esta segunda-feira a China a “desempenhar um papel importante” na procura de uma solução para pôr fim à guerra com a Rússia.
“Desde há décadas, as relações ucraniano-chinesas assentam no respeito mútuo e no entendimento. Partilhamos a posição de Pequim sobre a necessidade de encontrar uma solução política para a guerra contra a Ucrânia, e apelamos à China, enquanto potência mundial, para desempenhar um papel importante nesses esforços”, escreveu o ministro ucraniano na sua conta da rede social Twitter.
For decades, the Ukrainian-Chinese relations have been based on mutual respect, understanding and benefit. We share Beijing’s position on the need to find a political solution to the war against Ukraine and call on China as a global power to play an important role in this effort.
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) March 21, 2022
O responsável ucraniano que conduz as negociações com a Rússia, Mykhailo Podoliak, tinha já na semana passada exortado a China a tomar uma posição e a “condenar a barbárie russa”.
Biden conversou com Xi Jinping durante duas horas
O Presidente norte-americano, Joe Biden, reuniu-se na sexta-feira, por telefone, durante quase duas horas com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, para lhe expor “as consequências se a China fornecesse apoio material à Rússia”, segundo a Casa Branca. Mas Xi Jinping manteve a ambiguidade, limitando-se a sublinhar que os conflitos militares não são “do interesse de ninguém”, segundo a televisão chinesa.
No domingo, o embaixador da China nos Estados Unidos assegurou que Pequim não forneceu assistência militar a Moscovo, sem precisar se tal posição se manteria também no futuro.
“Há desinformação segundo a qual a China está a fornecer assistência militar à Rússia. Nós desmentimo-la”, declarou Qin Gang, entrevistado pela estação televisiva norte-americana CBS.
O diplomata chinês defendeu igualmente a recusa por Pequim de condenar a ofensiva armada russa.
“Uma condenação não resolve o problema. Eu ficaria surpreendido se a Rússia recuasse por causa das condenações”, disse o embaixador.