Perante um conflito armado, as crianças hospitalizadas estão entre os mais vulneráveis. A reportagem é dos enviados da SIC num dos maiores hospitais pediátricos da Ucrânia. Foi lá que recolheu relatos impressionantes sobre a forma como os mais novos encaram a guerra.
Fica no extremo oeste do país, numa região onde, até agora, a guerra só chegou em forma de alarme.
Maxim foi operado ao apêndice há uma semana e, para se distrair, brinca com um cubo de Rubik. Os sete dias de internamento estão a servir para aperfeiçoar a técnica e a motivar recordes pessoais. Nos últimos dias, a concentração de Maxim tem sido constantemente interrompida por um som que nunca tinha ouvido: as sirenes de ataque aéreo.
Aos 15 anos, também Nastia está internado no mesmo hospital, a tratar um problema renal. Deixou a mãe em Kharkiv. As imagens que vê ao longe são sentidas de perto por quem lhe faz companhia na cama da frente.
Oito dos 44 milhões de ucranianos são crianças. Grande parte tem agora em risco o próprio futuro.
Maxim quer ser programador ou engenheiro informático. Se dependesse das crianças, a resposta para o conflito seria encontrada em menos de três minutos, tal como quem gira um cubo de Rubik.