Dias antes do encontro com o Presidente norte-americano, Vladimir Putin reconheceu Donetsk e Lugansk como independentes, “uma violação grosseira do direito internacional”, aponta o comentador Germano Almeida. Pouco depois, as tropas russas tiveram “luz verde” para entrarem na região do Donbass, tratando-se “claramente de uma invasão russa”.
Este cenário demonstra que o objetivo de Putin é “projetar missões imperiais, recuperar e restaurar o espaço soviético”. A invasão das tropas russas no espaço ucraniano é a “maior ameaça à paz na Europa desde o fim da II Guerra Mundial”.
“Na segunda-feira, Putin elaborou uma reescrita da história ao ressuscitar o conceito de Nova Rússia, o espaço soviético onde Putin inclui o Donbass e a Crimeia, que anexou em 2014 e outros territórios do sul da Ucrânia”, aponta o comentador da SIC, Germano Almeida.
Vladimir Putin entende a Ucrânia como um “espaço natural da Rússia e não a vê como uma soberania integral à parte do espaço russo”, considera Germano Almeida.
Questionado sobre uma possibilidade de um encontro entre Biden e Putin, Germano Almeida responde que “tem muitas dúvidas que isso venha a acontecer” e acrescenta que tal “seria um erro por parte do Presidente dos EUA”.
A ameaça russa não se verifica apenas na Ucrânia, mas sim a leste da Europa, “o que se passará na Ucrânia, não ficará na Ucrânia”, considera Germano Almeida.
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