Guerra no Médio Oriente

Apesar da destruição, no Líbano os médicos continuam a lutar: "Os soldados não podem abandonar a batalha"

Não tem sido apenas Beirute a sofrer com os bombardeamentos israelitas. A cidade de Tiro, uma estância balnear no sul do Líbano, tem vários bairros em ruínas e nem um hospital escapou à guerra. A reportagem é da Sky News, televisão parceira da SIC

SIC Notícias

Recém chegada da linha da frente, com apenas nove anos de idade, Mariam está com muitas dores. Viu a guerra e o terror de perto e está com muitas dores. O médico diz-nos que muitas das vítimas são crianças pequenas.

“Ela tem duas fraturas. Tem diferentes feridas no membro superior esquerdo”, explica o médico.

O seu irmão adolescentes, como tantos outros aqui, tem pânico de ser identificado. Ele ainda está com a t-shirt ensopada em sangue. "É um grande choque”, diz o jovem, “nunca nos aconteceu nada assim”.

O médico pede mais analgésicos. O jovem corpo de Mariam está magoado.“Eu estava sentada com a minha família e um rocket atingiu a casa (...) Caiu tudo em cima de mim”, conta.

E agora o hospital já não é seguro com três ataques à sua volta nos últimos dias. Metade do pessoal foi-se embora. Os restantes têm vivido no hospital nos últimos dez dias sentem-se sob ataque

“É difícil trabalhar com medo. Temo por mim e pela minha segurança, em primeiro lugar, e pela segurança da minha família em segundo lugar. Não há nenhum lugar seguro no Líbano agora", explica o médico.

O Dr. Abdul Nasser passou por três guerras no Líbano. Esta é a quarta e, de longe, a pior. Eles tiveram 1500 feridos de guerra na última quinzena e tomaram algumas medidas desesperadas. E ele quer desesperadamente manter o hospital aberto.

“Os soldados não podem abandonar a batalha. Os médicos e as enfermeiras têm de ficar nos seus hospitais. Não peço a ninguém para ir embora. Eu nunca fui. Nunca me fui embora em nenhuma das guerras", conta.

Ainda há muitos que dependem do hospital. Mohammed vivia aqui com 32 pessoas da sua família em cinco apartamentos diferentes, até à chegada dos jatos israelitas. Os cinco apartamentos da família foram destruídos. Restam apenas os escombros com brinquedos entre eles.

As fotografias do bebé ainda estão na parede. O casamento dos pais tem lugar de destaque, mas Anwar, a mãe deles, foi atingida por estilhaços e teve morte imediata.

Mohammed diz que acredita que o alvo era a casa de trás. O vizinho era apoiante do Hezbollah, mas ele e toda a sua família de oito pessoas foram mortos.

O impacto atingiu todas as casas ao redor. Cerca de 15 delas, todas agora abandonadas. Vastas zonas do sul foram mandadas evacuar pelos israelitas por razões de segurança, mas esta não. Com ataques aéreos e agora uma invasão terrestre, sobreviver em qualquer lugar aqui parece cada vez mais difícil.

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