Queda do BES

Bruxelas acredita que problemas dos BES serão geridos de forma "atempada e eficaz"

A Comissão Europeia acredita que o sistema financeiro português tem atualmente capacidade para gerir de "forma atempada e eficiaz" problemas como a crise que afeta o Grupo Espírito Santo (GES), disse à Lusa o porta-voz dos Assuntos Económicos.

Lusa
MIGUEL A. LOPES

Numa declaração à Agência Lusa, Simon O'Connor, referindo-se aos problemas  em torno do Grupo Espírito Santo, ressalvou que "a Comissão não comenta  instituições financeiras em específico", mas sublinhou que "o sistema financeiro  português foi significativamente reforçado nos últimos anos, através de  recapitalização, apoio à liquidez por parte do Banco Central Europeu, e  reforço da supervisão prudencial". 

"Deste modo, estamos confiantes em que quaisquer problemas no sistema  irão ser geridos de uma forma atempada e eficaz", afirmou o porta-voz. 

Na quinta-feira, o Banco de Portugal voltou a afirmar que o Banco Espírito  Santo (BES) está sólido, no dia em que os receios em torno da situação no  GES se adensaram e contribuíram para penalizar os mercados europeus.  

"A situação de solvabilidade do BES é sólida, tendo sido significativamente  reforçada com o recente aumento de capital", disse a entidade liderada por  Carlos Costa, acrescentando que tem vindo a "adotar um conjunto de ações  de supervisão, traduzidas em determinações específicas dirigidas à ESFG Espírito Santo Financial Group e ao BES, para evitar riscos de contágio  ao banco resultantes do ramo não-financeiro do GES". 

Os receios em torno da situação do GES adensaram-se nos últimos dias  e penalizaram na quinta-feira a bolsa portuguesa, que caiu mais de 4%, e  também as praças europeias, sobretudo dos países periféricos, que também  fecharam em terreno negativo.  

As dúvidas sobre a situação da Espírito Santo International e o impacto  em todo o GES chegaram à imprensa internacional, com o caso em destaque  em jornais como o Financial Times e o Wall Street Journal. 

Nos últimos dias, foi conhecido que o Banque Privée Espírito Santo,  na Suíça, estava em incumprimento no reembolso a alguns clientes que tinham  aplicações em dívida da Espírito Santo International (ESI). 

Nesta empresa de topo do GES, que controla o ESFG (que, por sua vez,  controla a área financeira, em que se inclui o banco BES e a seguradora  Tranquilidade), uma auditoria detetou este ano que não foram registados  1,2 mil milhões de euros de dívidas nas contas de 2012. Além disso, a 'holding'  tem capitais próprios negativos de 2,5 mil milhões de euros, ou seja, está  em falência técnica. 

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