Marta Temido, cabeça-de-lista do PS, Sebastião Bugalho, da AD, João Cotrim Figueiredo, do Iniciativa Liberal, e Francisco Paupério, do Livre, abriram, na SIC, o primeiro debate para as Europeias. A migração foi tema central e deixou “muitos candidatos fora de pé” sobre as suas próprias posições sobre o Pacto Europeu de Migração e Asilo.
Para Adriana Cardoso, comentadora da SIC, João Cotrim Figueiredo “era o candidato liberal e teve a posição menos liberal” e Marta Temido caiu numa contradição sobre as convicções do Partido Socialista.
“Não sei se a estratégia [de Cotrim] é tentar ultrapassar Sebastião Bugalho pela Direita, não percebendo que pode ser ensanduichado eleitoralmente entre AD e Chega. Foi o mais protecionista do debate (…) Também não consigo compreender como o PS, que se apresenta como progressista, consegue defender um pacto que ainda prevê o desvio de migrantes do mar Mediterrâneo para verdadeiros campos de concentração na líbia (…) Este pacto é uma cedência à extrema-direita".
A antiga ministra da Saúde, que era apontada como candidata do PS para Lisboa, mostrou, na opinião de Adriana Cardoso, não estar preparada com os dossiês europeus.
“Marta Temido parece que teve um debriefing e um media training duas semanas antes do debate e que começou a assinar jornais europeus”.
E o melhor?
O destaque do debate fica para Francisco Paupério, o menos experiente dos candidatos, que chega às eleições após vencer as primárias abertas do Livre. “Paupério tem a posição que a Esquerda Verde tem e a defendeu positivamente. Estava muito preparado e destacou-se relativamente aos outros candidatos”, diz Adriana Cardoso, que cita um momento alto do candidato.
“Dos melhores momento foi quando [Paupério] diz que o preço colocado pela União Europeia por migrante são 20 mil euros. 20 mil euros para um país não ter que acolher um migrante. Isto vai desproporcionalmente afetar os mais próximos do Mediterrâneo, dos grandes focos migratórios, e diminuir ao máximo a coesão e a solidariedade”.