Junto ao estádio do Vitória de Setúbal a polícia viu-se obrigada a intervir por haver desacatos e episódios de violência. Viveram-se momentos de tensão que envolveram a campanha de André Ventura.
O candidato presidencial do Chega foi apedrejado a saída de um comício no Cinema Charlot, em Setúbal, por algumas dezenas de manifestantes.
Terá sido um grupo de pessoas na sua maioria de etnia cigana, que se aproximou da ação de campanha de André Ventura, e arremessou pedras, ovos, garrafas e outros objetos contra o candidato à Presidência da República.
Apesar de não haver informação de ferimentos graves, um repórter de imagem da TVI foi atingido num joelho.
A PSP também deteve um dos indivíduos que protestaram contra a presença do presidente do partido da extrema-direita parlamentar e deputado da Assembleia da República, que tem tido um discurso radical contra minorias em geral, visando em particular a etnia cigana.
O comandante distrital da PSP de Setúbal, Viola Silva, disse à SIC que a polícia esteve naquele local para "manter a ordem pública".
"Tentámos até ao fim não exercer a força. (...) Na saída para além dos ovos, houve pedras e objetos metálicos, qualquer um deles podia ferir alguém", disse.
O corpo de intervenção da Polícia de Segurança Pública esteve no local e forçou os manifestantes a dispersarem, em ambiente de grande tensão. Viola Silva explica que a PSP "não teve outra hipótese que não limpar a rua" a partir do momento em que começaram a cair objetos perigosos em cima das pessoas.
"Se me estão a atirar pedras, como deve calcular, não lhes vou pegar por um braço. A PSP, no âmbito das regras do Estado de direito, teve de usar a força considerada necessária", justificou.
O responsável pelos cerca de 40 elementos policiais no local, incluindo o corpo de intervenção da Unidade Especial de Polícia, afirmou que a PSP teve de usar a força, assumindo o uso dos bastões sobre os manifestantes, que empunharam muitos cartazes da ex-eurodeputada do PS e concorrente presidencial, Ana Gomes.
Ana Gomes condena "protesto violento" contra Ventura
A candidata presidencial socialista, Ana Gomes, condenou o protesto contra o candidato do Chega, André Ventura, vincando que "ninguém atua de forma violenta" em seu nome.
"Sou contra qualquer tipo de protesto violento contra qualquer candidato. Ninguém atua de forma violenta em meu nome", escreveu a ex-eurodeputada na rede social Twitter.
Marisa Matias, também no Twitter, sublinha que "não se derrota o ódio com violência. Somos um país melhor do que o candidato da extrema-direita e seremos capazes de o vencer na luta democrática".
Também Tiago Mayan Gonçalves reagiu e diz que condena "totalmente qualquer forma de violência, ameaça ou coação, venham de onde vierem, dirijam-se a candidatos, jornalistas ou quaisquer outros cidadãos".