"Só porque poderão ser familiares dos membros do EI ou simpatizarem com eles, isso não retira o seu estatuto de proteção", declarou, num comunicado, o diretor do programa do terrorismo/antiterrorismo da organização não-governamental Human Rights Watch, Nadim Houry.
As Forças Democráticas da Síria (FSD), aliança liderada pelos curdos e apoiado pela coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, têm encurralado, nos últimos dias, os extremistas e as suas famílias no bairro de Al-Sheikh Hamd, em Bagouz.
Adnane Afrine, comandante militar das FSD, disse na quinta-feira à agência espanhola EFE que cerca de 3.000 pessoas permanecem Al Baguz, das quais 2.000 civis e 1.000 combatentes.
Nas últimas semanas, centenas de civis fugiram do conflito e instalaram-se em vários campos de deslocados na região.
"É um alívio para os civis deixarem a área, mas não se deve esconder o facto de que esta batalha parece ter acontecido sem levar em conta o seu bem-estar", disse Houry.
A HRW entrevistou mais de 20 pessoas que escaparam do EI nas últimas semanas.
De acordo com seus testemunhos, a cidade de Al Baguz foi bombardeada e HRW registou - entre 19 de janeiro e 20 de fevereiro - mais de 630 locais com danos significativos devido aos ataques, num período durante em que um grande número de civis ainda estava nesta área.
Segundo o comunicado, os civis foram fugindo do fogo cruzado entre as várias partes, entre centenas de ataques aéreos da coligação, além de ataques de artilharia pelas forças do Governo sírio e até mesmo outras operações lançadas a partir da fronteira com o Iraque.
A HRW pediu hoje que a coligação utilize métodos de ataque que minimizem a "morte e ferimentos aos civis", além de tentarem fazem todo o possível para "prevenir ataques similares", além de "proporcionar compensações" àqueles que sofreram perdas de membros da família devido a estes ataques.
Um comboio de camiões com civis deixou, na quarta-feira, o último reduto ocupado pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) no leste da Síria, uma retirada que permite a coligação árabe-curda prepararem-se para o último assalto.
Pelo menos 20 pessoas foram mortas, na quinta-feira, num atentado perto de uma base da aliança árabe-curda no leste da Síria.
Com Lusa