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Dois ramos da Al-Qaeda pedem unidade contra coligação liderada pelos EUA

Dois poderosos ramos da Al-Qaeda, no Iémen e  no Norte de África, apelaram hoje aos 'jihadistas' do Estado Islâmico no  Iraque e na Síria para que se juntem a eles na luta contra a coligação internacional  liderada pelos Estados Unidos.  

Num comunicado conjunto sem precedente, a Al-Qaeda na Península Arábica  (AQPA) e a Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) pedem "aos irmãos" no Iraque  e na Síria: "Deixem de se matar uns aos outros e unam-se contra a campanha  americana e a sua perversa coligação que nos ameaça a todos".  

Os dois ramos da rede terrorista fundada por Usama bin Laden apelam  também às populações dos dez países árabes que se juntaram à coligação para  impedirem os respetivos governos de agirem contra o Estado Islâmico. 

O texto, divulgado em duas contas de 'jihadistas' no Twitter, promete  "dias negros" à "aliança do ateísmo e do mal". 

A liderança da Al-Qaeda, tutelada pelo egípcio Ayman Al-Zawahiri, repudiou  o Estado Islâmico quando este grupo lhe prestou lealdade e é representada  na Síria pela Frente al-Nosra. 

Tanto a AQPA, considerada pelos Estados Unidos como o ramo mais perigoso  da rede terrorista, como a AQMI recusaram a proclamação de um califado feita  pelo Estado Islâmico em junho e declararam a sua lealdade a Al-Zawahiri.

Agora, o texto conjunto pede que as diferenças sejam postas de lado  em face da coligação internacional formada para combater posições do Estado  Islâmico no Iraque e na Síria. 

"Façam da unidade das nações infiéis contra vós uma razão para se unirem  contra elas", afirma, acusando os Estados Unidos de "liderarem uma cruzada  contra o Islão e todos os muçulmanos". 

"Suspendam os combates entre vós e mantenham-se unidos contra a campanha  da América", acrescenta o comunicado. 

O texto apela também a todos os grupos que combatem o regime de Bashar  al-Assad na Síria para que "não sejam aliados dos Estados Unidos contra  os 'mujahidines'". 

Na semana passada, Arábia Saudita, Bahrein, Egito, Emirados Árabes Unidos,  Jordânia, Iraque, Kuwait, Líbano, Omã e Qatar prometeram participar na coligação  formada para combater o Estado Islâmico. 

"Apelamos ao nosso povo em todas as nações desta aliança satânica para  que faça frente aos seus governos apóstatas e os impeçam -- por todos os  meios legítimos -- de combater o Islão com a desculpa de combater o terrorismo",  lê-se no comunicado. 

A AQPA está ligada a uma série de tentativas de ataques contra interesses  norte-americanos, incluindo o atentado frustrado contra um voo comercial  com destino a Detroit no dia de Natal de 2009. 

Este ramo da organização tem sido um dos alvos preferenciais da luta  antiterrorista dos Estados Unidos, nomeadamente, desde 2002, de ataques  com aviões não-tripulados ('drones') contra os seus dirigentes. 

O grupo foi criado em 2009, pela fusão de grupos terroristas sauditas  e iemenitas. 

A AQMI, cujas bases estão no norte do Mali, tem reivindicado o rapto  de ocidentais na região subsaariana do Sahel e atentados na Tunísia. 

 

Lusa

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