É mais uma volta no voo atribulado da TAP.
A ex-presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, voltou a dar que falar.
Pôs um processo judicial contra a companhia aérea, reclamando quase 6 milhões de euros de indemnização.
Mas a ida a tribunal não é surpresa. Quando foi despedida, Christine deixou claro que avançaria para a justiça, para colocar uma ação diretamente contra a TAP.
Só não se sabia quando nem quanto dinheiro iria pedir.
Vamos então recordar o que aconteceu.
A ex-presidente executiva foi despedida por “justa causa”, segundo o Governo. O seu despedimento foi uma das consequências do relatório feito pela Inspeção Geral das Finanças, no início deste ano, sobre o acordo de saída da ex-administradora Alexandra Reis, que deixou a companhia aérea com uma indemnização de 500 mil euros.
A polémica estalou depois do relatório.
Isto porque ficou claro, depois da investigação, que Alexandra Reis deixou a companhia por ter sido convidada a sair pela presidente e não por razões pessoais como foi comunicado ao mercado.
Por isso, a ex-administradora teve de devolver mais de metade da sua indemnização, que foi considerada uma compensação de uma saída, neste caso, involuntária.
Foi em abril deste ano que Christine deixou a TAP, quando o seu nome e o da companhia ocupavam sucessivas manchetes de jornais e decorria a Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP.
A gestora francesa admitiu que saía triste e que considerava ter direito a um bónus pelo seu desempenho na companhia, já que a TAP terminou o ano de 2022 com um lucro de 65,6 milhões de euros, antecipando em dois anos o previsto no plano de reestruturação.
A decisão de despedimento foi tomada pelo ministro das Infraestruturas, João Galamba, e das Finanças, Fernando Medina, que consideraram a saída de Christine de “justa causa”, já que a Inspeção Geral das Finanças declarou o acordo de indemnização de Alexandra Reis ilegal, uma vez que não foram cumpridas as regras do Estatuto do Gestor Público.
Agora, Christine Ourmières-Widener assumiu a presidência executiva das companhias aéreas Air Caraibes e French Bee. E luta ainda pela vitória em tribunal contra a TAP, agora chefiada por Luís Rodrigues, anterior presidente da SATA, a companhia aérea dos Açores.