Economia dia a dia

O resumo do último episódio da novela da TAP

Esta quinta-feira, na rubrica Economia dia a dia, falamos do processo judicial contra a TAP feito por Christine Ourmières-Widener, a ex-presidente executiva da companhia. A gestora pede uma indemnização de 5,9 milhões de euros

Teresa Amaro Ribeiro

É mais uma volta no voo atribulado da TAP.

A ex-presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, voltou a dar que falar.

Pôs um processo judicial contra a companhia aérea, reclamando quase 6 milhões de euros de indemnização.

Mas a ida a tribunal não é surpresa. Quando foi despedida, Christine deixou claro que avançaria para a justiça, para colocar uma ação diretamente contra a TAP.

Só não se sabia quando nem quanto dinheiro iria pedir.

Vamos então recordar o que aconteceu.

A ex-presidente executiva foi despedida por “justa causa”, segundo o Governo. O seu despedimento foi uma das consequências do relatório feito pela Inspeção Geral das Finanças, no início deste ano, sobre o acordo de saída da ex-administradora Alexandra Reis, que deixou a companhia aérea com uma indemnização de 500 mil euros.

A polémica estalou depois do relatório.

Isto porque ficou claro, depois da investigação, que Alexandra Reis deixou a companhia por ter sido convidada a sair pela presidente e não por razões pessoais como foi comunicado ao mercado.

Por isso, a ex-administradora teve de devolver mais de metade da sua indemnização, que foi considerada uma compensação de uma saída, neste caso, involuntária.

Foi em abril deste ano que Christine deixou a TAP, quando o seu nome e o da companhia ocupavam sucessivas manchetes de jornais e decorria a Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP.

A gestora francesa admitiu que saía triste e que considerava ter direito a um bónus pelo seu desempenho na companhia, já que a TAP terminou o ano de 2022 com um lucro de 65,6 milhões de euros, antecipando em dois anos o previsto no plano de reestruturação.

A decisão de despedimento foi tomada pelo ministro das Infraestruturas, João Galamba, e das Finanças, Fernando Medina, que consideraram a saída de Christine de “justa causa”, já que a Inspeção Geral das Finanças declarou o acordo de indemnização de Alexandra Reis ilegal, uma vez que não foram cumpridas as regras do Estatuto do Gestor Público.

Agora, Christine Ourmières-Widener assumiu a presidência executiva das companhias aéreas Air Caraibes e French Bee. E luta ainda pela vitória em tribunal contra a TAP, agora chefiada por Luís Rodrigues, anterior presidente da SATA, a companhia aérea dos Açores.

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