Economia dia a dia

Entre greves, desemprego e as ajudas ou desajudas do Governo

Esta quinta-feira, na rubrica Economia dia a dia, falamos do desemprego, que recuou, e das manifestações por todo o país. A economia portuguesa treme. O que diz Mário Centeno? E Christine Lagarde?

Teresa Amaro Ribeiro

O desemprego voltou a recuar em maio, desta vez para 6,4%.

Pelo menos é o que aponta a estimativa do Instituto Nacional de Estatística. E se tal se confirmar, haverá uma pequena redução de 0,1 pontos percentuais quando comparado com abril.

Em maio estavam 338,6 mil pessoas desempregadas, menos 5,9 mil que em abril. Já as pessoas empregadas aumentaram, ainda que muito ligeiramente.

Também esta quinta-feira o INE divulgou a mais recente síntese de conjuntura, que mostra uma melhoria do nível de confiança dos consumidores em Portugal, mas com uma estabilização do clima económico entre os empresários.

Os resultados do emprego são divulgados um dia depois de centenas de manifestações e greves terem exigido aumentos salariais para os trabalhadores em linha com a escalada do custo de vida.

Os profissionais ativos queixam-se e quem quer entrar no mercado de trabalho também. Dizem haver poucas oportunidades que respondam ao seu nível de formação e o Livro Branco comprava-o, já que conclui que 30% dos jovens são sobrequalificados para a profissão.

Na quarta-feira, no programa ‘Grande Entrevista’ da RTP3, o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno afirmou ser um "mito" que Portugal não cria emprego qualificado e com salários mais elevados.

Para o justificar destacou os 112 mil empregos em áreas de comunicação, científica, consultoria e imobiliário criados desde 2019.

O aumento dos preços, os baixos salários e a precariedade do emprego em Portugal têm dificultado a vida dos cidadãos.

E por isso, o Governo tem criado diversos apoios, para, por exemplo, a habitação ou a energia.

Mas Christine Lagarde, a presidente do Banco Central Europeu, pediu para os governos do euro acabarem com os apoios para responder ao impacto negativo do surto inflacionista nas empresas e nas famílias, já em 2023.

E afirmou, ainda, que vai manter a trajetória de subida dos juros.

Discurso que fez ao despedir-se de Sintra, a vila romântica portuguesa que recebeu o fórum anual do BCE.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não gostou do discurso de Lagarde e disse que “os bancos centrais deveriam ter muito cuidado com o que dizem publicamente” fazendo um pedido de grande ponderação.

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