As exportações têm estado a ajudar a economia do país. Esta semana, em manchete no caderno de Economia, escrevemos que a “Indústria espera recordes nas exportações em 2023”.
Para além do turismo, setores como o da metalurgia, saúde, componentes automóveis e mobiliário esperam atingir novos máximos este ano.
A Alemanha é o terceiro cliente nacional e deixa algumas preocupações gerais por causa da “recessão técnica” que ultrapassa, resultado do impacto da subida da inflação e da guerra na Ucrânia.
Mas as exportações de medicamentos não entram neste grupo.
No primeiro trimestre deste ano, as exportações de medicamentos aumentaram 155% para €787 milhões. Mas o principal responsável deste salto não é a Alemanha, mas sim os Estados Unidos da América.
Os Estados Unidos são o principal cliente de medicamentos portugueses e o quarto maior cliente nacional. Fecharam o trimestre a crescer 32,7% o que corresponde a um valor de 1,4 mil milhões de euros em exportações para os EUA.
Ao Expresso, Alberto Castro, diretor do Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada da Universidade Católica Portuguesa, refere “a perceção de que no mercado europeu não há margem para fazer muito mais”, e de que “entre os sectores com maior crescimento não estão indústrias tradicionais, mais perto do consumidor final e suscetíveis a conjunturas difíceis”.
Ainda que os números sejam animadores, o Instituto Nacional de Estatística publicou hoje os dados relativos às exportações e importações do mês de abril.
A verdade é que houve uma diminuição de 3,6% nas exportações e 5,7% nas importações, quando comparado com o mesmo mês do ano passado.
É o primeiro recuo desde inícios de 2021.
Também hoje divulgado pelo INE, as exportações para Espanha, França e Alemanha perderam dinamismo no ano passado, ainda que no geral tenham sido batidos recordes, os principais mercados não alcançaram grandes valores, o que acabou por levar a perdas de quota de mercado.
Ainda assim, em 2021 as exportações portuguesas de bens atingiram o valor total “mais elevado de sempre das estatísticas do comércio internacional”, somando 78.207 milhões de euros e aumentando 22,9% face ao ano anterior e 30,6% face a 2019.
Resta agora esperar para saber se 2023 sempre irá bater este recorde de exportações.