Os investigadores do Instituto de Biomedicina da Universidade Cardenal Herrera em Valência e da Universidade Autónoma de Barcelona detetaram um caso de covid-19 numa lontra norte-americana selvagem. A notícia foi divulgada na revista Galileu.
Trata-se do primeiro caso de covid-19 nesta espécie em todo o mundo, indicam os investigadores no relatório publicado no final de março, na revista científica Frontiers in Veterinary Science.
O novo coronavírus foi detetado por dois tipos de testes de PCR, nasofaringe e tecido pulmonar.
A investigadora-chefe do Grupo de Virologia Molecular, Consuelo Rubio, esclarece que, foram descobertas alterações que já tinham sido identificadas em amostras de pacientes humanos, “o que aponta para uma origem humana do vírus detetado nesta lontra selvagem”.
A investigação considera que o contágio pode ter sido causado “pelo contacto com esgoto contaminado com covid-19, presente na zona do rio habitada pela lontra”.
Perante esta descoberta, os investigadores analisaram amostras de duas outras lontras encontradas em áreas distintas e ambas testaram negativo à covid-19.
CASOS COVID-19 DETETADOS EM MARTAS
A mesma equipa de investigadores detetou, em maio do ano passado, dois casos positivos de covid-19 em martas americanas em dois rios da província de Castellón.
Estes foram os primeiros casos de contaminação na Europa de animais selvagens que não tiveram contacto direto com pessoas infetadas.
As descobertas de casos positivos em martas e lontras destacam a necessidade de estabelecer um sistema de vigilância para esta doença em animais selvagens.
De acordo com especialistas, há um risco desses animais se tornarem reservatórios de covid-19, potenciando mutações no vírus que podem ser transmissíveis a humanos ou outras espécies.