Coronavírus

Covid-19: peritos propõem sistema integrado de vigilância de infeções respiratórias

“À medida que as medidas de saúde pública forem sendo aliviadas, não vai ser necessário identificar todos os casos de infeção, como fazemos”, afirma Ana Paula Rodrigues, especialista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

Os peritos ouvidos esta quarta-feira na reunião do Infarmed sobre a evolução da pandemia de covid-19 propõem um sistema de vigilância de infeções respiratórias que integre o vírus SARS-Cov-2, o da gripe e o vírus sincicial respiratório.

“Vamos necessitar de manter a vigilância (…) e conseguir identificar tendências de evolução”, afirmou Ana Paula Rodrigues, especialista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, sublinhando que o que se propõe é “olhar com maior detalhe para as infeções respiratórias, para conseguir uniformizar o que se vai observando”.

“À medida que as medidas de saúde pública forem sendo aliviadas, não vai ser necessário identificar todos os casos de infeção, como fazemos, as estratégias de testagem irão mudar e, gradualmente, o foco de interesse vai mudar para os casos de doença com impacto na morbilidade, na mortalidade e na resposta dos serviços saúde”, afirmou.

Ana Paula Rodrigues disse ainda que o sistema agora proposto permitirá uma maior otimização de recursos e sublinhou a importância deste modelo de vigilância, uma vez que há “outros agentes respiratórias de igual potencial epidémico e sazonal”, como o vírus da gripe e o vírus sincicial respiratório.

Este sistema de vigilância de infeções respiratórias agudas permitirá uma recolha integrada e uniforme dos dados clínicos e laboratoriais, permitindo pré-selecionar unidades de saúde para “ter uma amostra representativa” da população.

“Assim, teremos potencial capacidade para monitorizar a incidência da doença, ao mesmo tempo que monitorizamos a gripe e outros agentes de infeção respiratória”, explicou a responsável, na sua intervenção sobre “Vigilância na fase de recuperação da pandemia”

PICO DA 5ª VAGA JÁ FOI ATINGIDO E PORTUGAL ESTÁ EM FASE COM “TENDÊNCIA DECRESCENTE”

Portugal, desde o início da pandemia, já passou por cinco vagas epidémicas, encontrando-se agora na de maior dimensão. 

O pico já foi atingido, terá ocorrido a 28 de janeiro, e o país entrou agora numa fase com “tendência decrescente”.

Esta informação foi divulgada por Pedro Pinto Leite, da Direção-Geral da Saúde, que fez apresentação da “caracterização da situação epidemiológica” em Portugal até dia 13 de fevereiro na reunião do Infarmed.

Pedro Pinto Leite refere que existem vários pontos positivos a destacar nos diferentes indicadores analisados, nomeadamente a “diminuição da incidência e positividade”, o risco de “internamento ser 2 a 7 vezes inferior com vacinação” e, apesar de a mortalidade estar elevada, já estabilizou, sendo que o “risco de morte é seis vezes inferior com a vacinação”. Neste momento, Portugal está “muito longe do inverno passado”, acrescenta também o perito da DGS.

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