A vice-presidente eleita dos Estados Unidos, a democrata Kamala Harris, recebeu esta terça-feira a primeira de duas doses da vacina da Moderna contra o SARS-CoV-2, em Washington, e pediu a todos os norte-americanos para fazerem o mesmo.
"Quero encorajar todos a serem vacinados. É relativamente indolor. É muito rápido. É seguro", sublinhou Harris aos jornalistas, citada pela agência France-Presse (AFP), logo após ter sido inoculada.
A vice-presidente eleita escolheu ser vacinada no centro de saúde de um bairro cujos habitantes são maioritariamente afro-americanos, uma vez que este segmento da população está a ser particularmente afetado pela pandemia e é também um dos mais resistentes à vacinação, dá conta a AFP.
Os Estados Unidos da América (EUA) lançaram a maior campanha de vacinação da história do país em meados de dezembro. Harris seguiu o exemplo do Presidente eleito, o democrata Joe Biden, e do vice-presidente cessante, o republicano Mike Pence, que também foram vacinados em público para encorajar a população a fazer o mesmo.
Neste momento, o país já tem duas vacinas em circulação: a da farmacêutica Pfizer (em parceria com a BioNTech) e a da Moderna.
Contudo, já há outros fármacos, nomeadamente a da Johnson & Johnson, cujos ensaios clínicos já estão na fase final, que deem pedir dentro de poucos dias a aprovação de emergência da Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla inglesa).
"Confio nos cientistas. E foram os cientistas que criaram e aprovaram esta vacina. Por isso, peço a todos: quando chegar a vossa vez, vacinem-se. Trata-se de salvarem a vossa própria vida, a vida dos vossos familiares", acrescentou Kamala Harris.
Cerca de 2,1 milhões de pessoas já receberam a primeira injeção de uma das duas vacinas que estão em circulação, de acordo com dados divulgados hoje pelos Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla inglesa).
Este número, no entanto, está bastante longe da meta traçada pelo Presidente cessante dos EUA, o republicano Donald Trump, que prometeu que haveria 20 milhões de norte-americanos vacinados até ao final do ano.
"Estamos abaixo do patamar em que gostaríamos de estar", vincou o conceituado epidemiologista norte-americano Anthony Fauci, uma da figuras proeminentes do combate à pandemia nos Estados Unidos, que disse também esperar que a partir de janeiro seja possível colmatar este atraso.
Os Estados Unidos são o país com mais mortos (334.967) e também com mais casos de infeção confirmados (mais de 19,3 milhões).
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