O CEiiA–Centro de Engenharia e Desenvolvimento, responsável pelo desenvolvimento do ventilador português, sublinhou que a autorização do Infarmed garante estarem reunidas as condições de segurança para a utilização do dispositivo médico.
Num esclarecimento divulgado na segunda-feira na plataforma LinkedIn, o CEiiA, sediado em Matosinhos, afirmou que a autorização especial emitida pelo Infarmed, nos termos do PE-COVID-19 [Procedimento especial de avaliação de dispositivos médicos no âmbito da covid-19], assegura “que estão reunidas as condições de segurança para a utilização deste ventilador [versão 1] em contexto covid-19”.
O ventilador médico invasivo, desenvolvido para dar “suporte” a doentes covid-19 em falência respiratória aguda, inclui os modos de ventilação controlada em volume, em pressão, em volume controlado com pressão aguda e pressão de suporte.
A primeira versão do Atena, desenvolvida em 45 dias, teve por base uma candidatura ao programa INOV-COVID da Agência Nacional de Inovação (ANI), cujo financiamento é 100% reembolsável e através do qual o CEiiA recebeu “um empréstimo” no valor de 2,6 milhões de euros, que será devolvido conforme as vendas do ventilador no mercado internacional.
Além deste financiamento, “mais de 100 mil portugueses” contribuíram para o projeto e um conjunto de mecenas científicos ajudaram com um milhão de euros “tendo como contrapartida a entrega de 100 ventiladores aos hospitais portugueses”, que foram disponibilizados de “forma gratuita”.
“Desde o início, esteve sempre prevista a internacionalização do Atena para outros países para uso no contexto da covid-19, nomeadamente Brasil, Angola, etc”, referiu o CEiiA, acrescentando que vai devolver o contributo dos mais de 100 mil portugueses, tendo para o efeito assinado um protocolo com o Banco Alimentar.
No esclarecimento, o centro salientou ainda que a autorização para utilização da primeira versão do ventilador Atena não significa “a certificação CE do produto”, à qual o centro de investigação e inovação pretende submeter a segunda versão do dispositivo médico.
“Com o objetivo de criar a partir de Portugal uma nova capacidade na área dos dispositivos médicos que garantam uma menor dependência do exterior, nomeadamente da China, o CEiiA iniciou o desenvolvimento da segunda versão do Atena, preparada de início para o processo de certificação CE, a ser industrializada em Portugal a partir de empresas nacionais”, de acordo com a nota.
O projeto, que envolve a segunda versão do Atena, está a ser desenvolvido no âmbito do 4Life Lab, que, entre outras entidades, integra os Hospitais de São João e de Santo António, no Porto e a Escola de Medicina da Universidade do Minho.
“O ventilador Atena é um projeto desenvolvido com humanidade, resiliência, paixão e entrega por uma equipa de médicos e engenheiros, que trabalhou noite e dia, com um propósito comum: desenvolver um dispositivo médico, que, no contexto de pandemia, permitisse salvar vidas em Portugal e no Mundo. Um produto industrializável que não ficasse apenas pela fase de modelo ou protótipo”, acrescentou o CEiiA no esclarecimento, que surgiu na sequência de uma notícia emitida pela RTP.
CEiiA entrega ventiladores a hospitais para ajudar a combater pandemia
A SIC acompanhou em exclusivo a entrega, a 10 de julho no Porto, do Atena, desenvolvido pelos engenheiros do CEiiA em colaboração com vários especialistas médicos.
Também foram reveladas as primeiras imagens da segunda versão deste ventilador desenvolvido para unidades de cuidados intensivos.
Alguns colaboradores do CEiiA cederam parte do salário, até surgirem mecenas, para arrancarem com o projeto.
1.719 mortes e 50.299 casos de Covid-19 em Portugal
A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta segunda-feira a existência de 1.719 mortes e 50.299 casos de Covid-19 em Portugal, desde o início da pandemia.
O número de óbitos subiu, de ontem para hoje, de 1.717 para 1.719, mais dois em relação a ontem, enquanto o número de infetados aumentou de 50.164 para 50.299, mais 135, o que representa um aumento de 0,3%.
Há 414 doentes internados, mais 11 em relação a ontem. 45 encontram-se em Unidades de Cuidados Intensivos, menos três face a domingo.
O número de casos recuperados subiu de 35.217 para 35.375, mais 158 em relação a domingo.
Mais de 650 mil óbitos em todo o mundo
A pandemia de covid-19 já matou mais de 650 mil pessoas e infetou 16,3 milhões em todo o mundo, quase um terço delas na Europa, desde dezembro, segundo um balanço da agência AFP, às 16:00 TMG desta segunda-feira, baseado em dados oficiais.
Segundo dados recolhidos pela agência noticiosa francesa, até às 16:00 TMG (17:00 de Lisboa) de hoje, foram registadas 650.011 mortes, totalizando 16.323.558 casos (9.190.345 pessoas são consideradas curadas).
O número de óbitos duplicou em pouco mais de dois meses e mais de 100.000 novas mortes ocorreram desde 9 de julho.
A Europa continua a ser o continente mais afetado em termos de número de óbitos (208.138), mas a pandemia ainda está a progredir rapidamente na América Latina e nas Caraíbas, onde foram registadas 184.307 mortes.
Os Estados Unidos são o país com o maior número de óbitos (146.968 mortes) à frente do Brasil (87.004), Reino Unido (45.752), México (43.680) e Itália (35.112).
Links úteis
- Especial sobre o novo coronavírus Covid-19
- Covid-19 DGS/Ministério da Saúde - mapa dos números
- Covid-19 DGS - relatórios de situação diários
- Linha SNS24
- Direção-Geral da Saúde (DGS)
- Organização Mundial da Saúde (OMS)
- ECDC - Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças
- London School of Hygiene & Tropical Medicine (gráfico que mostra o progresso dos projetos de vacina)