12 mil pessoas deslocadas da guerra procuravam refúgio numa antiga escola da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, quando foi bombardeada pelas forças israelitas.
Pelo menos 18 pessoas perderam a vida - seis eram funcionários da UNRWA, a agencia da ONU que presta assistência aos refugiados, mas que Israel não reconhece. Ao longo dos 11 meses de guerra, foram mortos quase 300 trabalhadores humanitários.
"Temos de condenar de forma inequívoca os terríveis ataques levados a cabo pelo Hamas mas, depois, assistimos a uma série de intervenções militares de Israel em Gaza, com um nível de mortes e destruição que não tem paralelo no tempo que passei como secretário-geral [da ONU], com violações muito graves do direito humanitário internacional", afirma António Guterres, que voltou a condenar as ofensivas israelitas na região.
Com grande parte do território terraplanado pelos bombardeamentos, e a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes deslocados das próprias casas, a economia de Gaza está também ela em ruínas.
“O PIB de Gaza registou uma queda de 81% só no último trimestre de 2023. A economia de Gaza é agora menos de um sexto do que era em 2022”, diz Pedro Manuel Moreno, responsável da ONU para o Comércio e Desenvolvimento.
O outro território palestiniano, a Cisjordânia, perdeu dois terços dos empregos.
Guterres diz que Netanyahu não lhe atende as chamadas
O secretário-geral das Nações Unidas lamenta que os crimes cometidos em Gaza permaneçam sem punição e explica porque não tem falado com Benjamin Netanyahu.
"Não falei com ele porque não atendeu as minhas chamadas, mas não tenho qualquer motivo para não falar com ele, pelo contrário. Se ele vier a Nova Iorque e pedir para me ver, terei muito gosto em recebê-lo".
Tanto ONU como os Estados Unidos condenaram a morte dos trabalhadores humanitários no mais recente ataque israelita. Mas o chefe diplomático da União Europeia, Josep Borrell, diz não poder fazer muito mais no diz respeito a esforços diplomáticos para alcançar um cessar-fogo e evitar a escalada no conflito.
“PIB de Gaza registou queda de 81%”
Operações israelitas continuam na Cisjordânia
O exercito israelita regressou mais uma vez ao norte do território para uma operação militar.
Ao longo dos 11 meses de guerra, os ataques já provocaram a morte de 680 palestinianos. Segundo uma investigação da Associted Press, 150 deles tinham menos de 17 anos.