Um ataque de 'drone', atribuído a Israel, matou esta sexta-feira Samer al Hajj, líder do Hamas no campo de refugiados de Ain el Helu, no Líbano, quando viajava na cidade de Sidon, informou a agência de notícias estatal libanesa.
O carro em que Al Hajj seguia foi atingido por um 'drone' perto de uma esquadra de polícia na entrada sul da cidade, localizada a mais de 50 quilómetros da fronteira com Israel, de acordo com relatos da agência noticiosa libanesa.
Ain el Helu, criado em 1948 nos arredores de Sidon, é o maior campo de refugiados palestinianos no Líbano. Desde o início da guerra em Gaza, em outubro passado, Israel levou a cabo alguns assassínios seletivos contra membros do movimento islamita Hamas residentes no Líbano, incluindo o número dois da organização, Saleh al Arouri, assassinado em janeiro passado nos arredores de Beirute.
No entanto, os ataques seletivos israelitas tendem a ser dirigidos principalmente contra combatentes do grupo xiita libanês Hezbollah, com o qual Israel tem estado envolvido num intenso fogo cruzado após o início do conflito no enclave palestiniano, em 07 de outubro.
Esta sexta-feira, dois alegados membros do Hezbollah morreram num outro ataque com 'drones' contra a cidade de Naqoura, também no sul do Líbano. Israel intensificou a sua campanha de assassínios seletivos contra o Líbano nos últimos dias, coincidindo com uma escalada da tensão regional e enquanto aguarda uma resposta prometida do movimento xiita Hezbollah a um outro atentado bombista que há 10 dias matou o seu principal comandante militar, Fuad Shukr.
A Guarda Revolucionária iraniana anunciou esta sexta-feira o reforço da sua força naval com milhares de mísseis de cruzeiro e 'drones' (aeronaves não-tripuladas), num contexto de tensão no Médio Oriente.
A medida foi divulgada enquanto se aguarda uma já anunciada retaliação iraniana contra Israel pelo assassínio em Teerão do líder político do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, a 31 de julho.
As autoridades iranianas prometeram vingança a Israel pelo assassínio de Haniyeh num ataque com um projétil de curto alcance disparado contra a sua residência em Teerão, no último dia de julho.
O ataque é atribuído a Israel, que não confirma nem desmente. De acordo com a comunicação social, a Guarda Revolucionária e o Exército iranianos têm estado nos últimos dias a preparar-se para uma eventual ofensiva contra o território israelita "pela violação da sua soberania e integridade territorial".
A República Islâmica e Israel são inimigos figadais, representam uma ameaça existencial mútua, competem pela hegemonia regional e travam há décadas uma guerra secreta com ciberataques, assassínios e ações de sabotagem.
Teerão lidera o chamado "Eixo da Resistência", uma aliança informal anti-Israel, composta pelo Hamas, o Hezbollah libanês e os Huthis do Iémen, entre outros grupos.