Alterações Climáticas

"Cada grau importa": as principais conclusões de um relatório sobre a saúde do planeta Terra

“Estado da Ação Climática 2022” diz que, para proteger o ambiente, é preciso reduzir a dependência de combustíveis fósseis e a pegada de carbono.

Bernt Ove Moss / EyeEm

SIC Notícias

Os dados são do recente relatório Estado da Ação Climática 2022, que estudou o progresso global em 40 indicadores que seriam fundamentais para reduzir para metade as emissões globais de gases de efeito estufa até 2030 .

O objetivo passa por limitar o aumento da temperatura a 1,5°C. Contudo, durante o estudo, os investigadores perceberam que, dos 40 indicadores em análise, nenhum está no caminho certo para atingir os objetivos.

Ani Dasgupta, presidente-executiva do World Resources Institute - uma das organizações responsáveis ​​pelo relatório - destacou que "o mundo viu a devastação causada por apenas 1,1°C de aquecimento. Cada grau importa na luta para proteger as pessoas e o planeta. Estamos a observar avanços importantes no combate às mudanças climáticas, mas ainda não estamos a ganhar em nenhum setor", afirmou.

Bill Hare, chefe-executivo da Climate Analytics, que também ajudou a produzir o relatório, alertou para o uso crescente de gás. "O que é particularmente preocupante é o aumento de energia com combustíveis fósseis, apesar da disponibilidade de alternativas mais sustentáveis ​​e de baixo custo", disse.

"A crise em curso, resultante de problemas como a pandemia e a invasão da Ucrânia pela Rússia, mostrou, muito claramente, como a dependência contínua de combustíveis fósseis não é apenas má para o clima, mas também traz sérios riscos económicos e de segurança.", explica o chefe-executivo da Climate Analytics.

Apesar da maioria dos dados serem desfavoráveis, os investigadores identificaram alguns pontos positivos. Entre 2019 e 2021, a produção de energia solar aumentou e os veículos elétricos representaram quase 10% das vendas em 2021, o dobro face a 2020.

Para finalizar, o estudo concluiu que será necessário um investimento muito maior para mudar a economia global para uma base de baixo carbono: seriam necessários cerca de 460 mil milhões por ano, para a próxima década, em fundos adicionais, e os governos também deveriam interromper o tratamento favorável dos combustíveis fósseis.

As conclusões deste relatório serão apresentadas na 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), a realizar em Charm el-Cheikh, no Egito, de 6 a 18 de novembro.

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