Alterações Climáticas

Biden suspende contratos de perfuração de petróleo e gás no Ártico concedidos por Trump 

Está reiniciada uma luta política de anos por uma região remota rica em petróleo e habitat de vida selvagem.

Reuters

SIC Notícias

A administração Biden suspendeu na terça-feira os contratos de exploração de petróleo e gás no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico no Alasca, revertendo um programa aprovado pela administração Trump e reavivando uma luta política por uma região remota que abriga ursos polares e outros animais selvagens - bem como uma rica reserva de petróleo.

A ordem anunciada hoje pela secretária do Interior, Deb Haaland, surge na sequência de uma moratória temporária sobre os contratos de exploração de petróleo e gás imposta pelo Presidente Joe Biden logo no primeiro dia de mandato, a 20 de janeiro. Com esta ordem executiva, Biden impulsionou novo estudo de impacto ambiental para resolver possíveis falhas legais no programa de perfuração aprovado pela administração Trump ao abrigo de uma lei de 2017 promulgada pelo Congresso.

Depois da revisão necessária, o Departamento do Interior disse que “identificou falhas na decisão subjacente aos contratos, incluindo a falta de análise de um conjunto de alternativas razoáveis '' exigidas pela Lei de Política Ambiental Nacional, uma lei ambiental fundamental.

O refúgio remoto com cerca de 80 milhões de km2, é o habitat natural de ursos polares, renas, corujas da neve e outros animais selvagens, incluindo aves migratórios de seis continentes.

Há vários anos que republicanos e a indústria do petróleo há muito que tentam explorar o refúgio rico em petróleo mas considerado sagrado pelos indígenas Gwich'in. Democratas, grupos ambientalistas e algumas tribos nativas do Alasca têm tentado bloquear estas ambições.

E enquanto os grupos ambientalistas e os democratas aplaudiram a ordem do Departamento do Interior, a a delegação parlamentar republicana do Alasca considerou-a "equivocada e ilegal".

Luta de anos entre Democratas e Republicanos pelo refúgio no Alasca

Em 1995, o antigo presidente dos EUA, Bill Clinton, vetou uma plano do Partido Republicano para permitir perfurações no refúgio e os dois partidos têm, desde então, lutado pela região.

A de janeiro deste ano, duas semanas antes da tomada de posse de Joe Biden, o Departamento do Interior cedeu o direito de exploração da planície costeira do refúgio e, uma semana depois, assinou contratos de exploração para nove áreas, num total de 1.770 quilómetros quadrados.

No entanto, a celebração dos contratos de exploração não foi anunciada publicamente até 19 de janeiro, último dia do mandato de Donald Trump.

Biden opôs-se às perfurações na região e os grupos ambientalistas têm pressionado para a implementação de proteções permanentes, também defendidas por Biden durante a campanha eleitoral.

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