Rochas encontradas na Terra no século XIX podem conter pistas sobre onde encontrar água em Marte, de acordo com um estudo da Universidade Estadual da Pensilvânia. Em causa está hematite, um dos minérios de ferro mais abundantes na superfície terrestre.
Inicialmente, o estudo tinha como objetivo conduzir experiências para cristalizar artificialmente hematite, mas durante este processo os cientistas da universidade norte-americana depararam-se com hematite pobre em ferro.
Numa pesquisa em textos académicos, descobriram que, em meados de 1840, foi registada a existência de hematite pobre em ferro que continha água, mas as evidências foram, nessa altura, rejeitadas pelos pares.
Numa análise a amostras de rochas do século XIX, os geólogos norte-americanos verificaram que o mineral não continha átomos de ferro, mas, ao invés, continha moléculas de hidroxila - uma combinação de átomos de hidrogénio e de oxigénio, que se traduz na presença de água.
Os 'mirtilos' de Marte
Em 2004, o rover Opportunity, da Nasa, descobriu em Marte rochas arredondadas, apelidadas de ‘mirtilos’, que viriam a confirmar-se como hematite. No entanto, não foi possível avaliar os níveis de ferro presentes.
Ainda assim, os geólogos da universidade norte-americana acreditam que os ‘mirtilos’ de Marte possam ter água, já que na Terra as mesmas estruturas esféricas são hematites que contêm água.
“Na Terra, estas estruturas esféricas são hidrohematite, então parece razoável especular que as pedras vermelhas brilhantes em Marte são hidrohematite”, afirmam.