O Bairro do Raposo fica no Monte da Caparica, em Almada. Lá vivem cerca de 200 famílias, a maioria jovens e crianças. Sem possibilidade de pagar uma renda na área metropolitana de Lisboa construíram barracas para não viverem ao relento.
Mas há uma semana algumas destas barracas foram demolidas.
“Chegaram aqui polícias com uma máquina, não entregaram nenhum papel, nada, e cmeçaram a mandar as barracas abaixo”, conta uma moradora do bairro.
Ficaram sem casa e tiveram de ser acolhidos por familiares e outros moradores do bairro. Mas não têm qualquer solução em vista.
“Tem que se criar um mecanismo de emergência para a pessoa poder ser despejada”, alerta Ivan Coimbra do Movimento Vida Justa.
Tal como no Bairro da Penajóia, os terrenos pertencem ao Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) e as demolições têm sido constantes.
“Demoliram duas casas de famílias com crianças. Aqui ninguém vive por prazer, estamos aqui porque a realidade nos obrigou a estar aqui. Isto foi uma solução que criámos para nós porque o dever do Governo é criar habitação para toda a população”, acrescenta outra moradora.
Os moradores vivem sem água e eletricidade mas não por escolha: “Se tivesse uma solução melhor, não estava aqui. Ninguém quer viver nesta situação”.
A Câmara Municipal de Almada tem alertado para o aumento das construções ilegais, mas atribui responsabilidades ao IHRU.