Economia

Mário Centeno critica o Governo e alerta para despesa pública a mais

Mário Centeno volta a criticar o Governo. Diz que a despesa do Estado está a crescer a um ritmo que vai colocar em causa as regras europeias e vai levar as contas públicas para o défice. Junta o tema da imigração para dizer que, sem imigrantes, a economia não cresce. Sobre o futuro, diz estar "disponível para servir Portugal".

João Tomás

Tiago Euzébio

Eduardo Horta

Naquela que poderá ter sido a última conferência de imprensa do ainda governador, cujo mandato termina no próximo mês, Centeno volta à carga nas críticas a Montenegro e a Miranda Sarmento. Despesa pública a mais, que no entender do governador do Banco de Portugal vai levar as contas do Estado novamente ao vermelho.

Saldo negativo já este ano e, no próximo, o défice pode mesmo chegar a 1,3% do PIB. O Banco de Portugal também está mais pessimista com a economia, aponta para um crescimento de 1,6% em 2025, muito abaixo do que prevê o Governo.

E é sobre a economia que Centeno deixa mais um aviso ao executivo. Avisos e alertas que não caem bem nem no Terreiro do Paço nem em São Bento, mas Centeno faz questão de separar as águas.

Centeno preocupado com mercado de trabalho

Outra das preocupações do governador é o mercado de trabalho. Nos últimos seis meses, verificou-se uma destruição dos postos de trabalho e menos contratações. Sem querer alarmar o país, Mário Centeno diz que a última vez que isto aconteceu foi nos tempos da troika, apesar de a situação atual ser favorável.

Recados dados, um dia depois de ter estado em Frankfurt para decidir o rumo das taxas de juro, uma vida que pode terminar em breve, visto que, dentro de um mês, o mandato termina. O mais provável é não ser reconduzido no cargo.

E, quando questionado se o futuro passa pelo Banco Central Europeu, Centeno responde que está disponível para servir Portugal. Seja onde for... as pistas deixadas por Centeno pouco dizem, mas as probabilidades de rumar a Frankfurt dependem do Conselho Europeu, onde o presidente é português.

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