A agência de notação financeira Moody’s anunciou esta sexta-feira ter subido o rating que atribui ao risco da dívida portuguesa em dois níveis, o que coloca o País no patamar “A3”. Estava anteriormente no nível "Baa2".
Com esta subida, Portugal regista pela agência Moody's uma avaliação de risco que é melhor do que a que foi atribuída a Espanha. Nunca Portugal teve uma notação superior à espanhola por qualquer agência.
Assim, apesar da crise política que Portugal atravessa, levando à convocação de eleições legislativas antecipadas, a agência de notação financeira decidiu rever em alta a avaliação da situação portuguesa, sublinhando haver, até ao momento, “indicações de que as instituições do País estão a lidar com estas questões de uma forma transparente e eficaz”.
“No entanto, estes desenvolvimentos políticos elevam os riscos com os quais um período prolongado de incerteza política pode afetar negativamente a atividade económica, principalmente devido a possíveis atrasos em investimentos públicos e privados. Tal incerteza poderá ainda afetar negativamente a implementação do PRR do País”, refere a Moody's.
As explicações para a subida
No relatório da ação de rating, divulgado na noite desta sexta-feira, a Moody's refere que a subida de dois níveis na notação atribuída à dívida soberana portuguesa reflete os sustentados efeitos positivos, no médio prazo, "de uma série de reformas económicas e orçamentais, o desendividamento do setor privado" e o continuado "fortalecimento" do setor bancário.
A Moody's acentua que as perspetivas de médio prazo para Portugal são sustentadas em investimentos públicos e privados significativos bem como pela implementação de reformas estruturais, assinalando para ambos os casos a associação ao Programa de Recuperação e Resiliência (PRR).
Com a subida do 'rating' em dois níveis pela Moody's, que acontece numa altura em que o país atravessa uma crise política e num ambiente de abrandamento económico, a dívida pública portuguesa passa a ter três agências a avaliá-la em patamar de 'A'.
Com Lusa
[Notícia atualizada às 22:50]