O Governo alemão decidiu, esta terça-feira, diminuir os impostos, depois de a maior economia da zona euro ter estagnado no segundo trimestre deste ano.
O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, acredita que esta medida vai impulsionar o crescimento da economia do país.
"Discutiremos como conseguir um grande impulso”, disse Olaf Scholz.
"A economia alemã pode fazer mais", acrescentou.
A economia alemã estagnou no segundo trimestre, não mostrando sinais de recuperação de uma recessão de inverno.
Acordos dificultados pela coligação
Uma tentativa anterior de aprovar a "Lei de Oportunidades de Crescimento" no início deste mês falhou, no que foi visto como um sinal de que a coligação governamental de dois partidos de esquerda e um partido economicamente liberal era demasiado difícil de governar.
De acordo com o projeto ao qual a agência Reuters teve acesso, no seu primeiro ano o pacote de estímulo causará um défice de receitas fiscais de 2,6 mil milhões de euros para o Governo federal, 2,5 mil milhões de euros para os estados e 1,9 mil milhões de euros para os municípios.
A lei foi defendida pelo ministro das Finanças, Christian Lindner, mas depois frustrada quando a ministra da Família dos Verdes, Lisa Pauss, exigiu 12 mil milhões de euros para pensão alimentícia.
Um acordo foi alcançado esta terça-feira, quando as duas partes concordaram em reduzir o planeado Seguro Básico para Crianças para pouco mais de dois mil milhões de euros.
Lindner rejeitou os apelos para que o Governo gastasse para ajudar a economia a crescer novamente, dizendo que os gastos alimentariam a inflação e que os cortes de impostos corporativos teriam um impacto maior.
A insatisfação pública com o desempenho da coligação está a aumentar. Uma sondagem da Forsa publicada na terça-feira revelou que 61% dos inquiridos estavam tão incomodados com as disputas da coligação que já não prestavam atenção à política.
A pesquisa também revelou que 63% consideram Scholz um líder fraco, acima dos 51% em abril.
Apoios e subsídios
Um documento do Governo visto pela Reuters mostrou que os subsídios deverão quase duplicar, para 67,1 mil milhões de euros, no próximo ano, em comparação com 2021. Quase dois terços desses subsídios destinam-se a ajudar a financiar a transição verde para uma economia de baixo carbono.
A nova lei dá incentivos às empresas para fazerem investimentos amigos do clima, fornece incentivos fiscais para a investigação e permite que as empresas compensem mais perdas com lucros de outros exercícios financeiros.