Economia

Deloitte cria dois centros tecnológicos em Portugal e contrata entre 1500 a 2 mil pessoas

Localização do projeto foi ganho pela gestão portuguesa numa competição entre várias firmas da consultora a nível mundial.

Ana Sofia Santos

A Deloitte vai criar dois novos centros tecnológicos e de transformação digital em Portugal, que implicam a contratação de 1500 a 2 mil pessoas, nos próximos quatro anos. O projeto está a ser apresentado esta quarta-feira, dia 17, na sede da consultora em Lisboa, numa cerimónia que conta com a presença do primeiro-ministro, António Costa.

É um investimento que vai aumentar de forma significativa os quadros da empresa que atualmente tem cerca de 3 mil colaboradores. Além de Lisboa, Porto e Viseu, as equipas destes dois hubs tecnológicos estarão distribuídas pelas cidades de Braga, Coimbra, Faro, Leiria e Setúbal, onde vão nascer as futuras instalações com a marca Deloitte. Nos próximos quatro, a Deloitte Portugal ambiciona empregar 6 mil profissionais, distribuídos pelos escritórios de norte a sul do país.

Os centros globais que estão a ser desenvolvidos – o Global Technology Solutions Centre of Excellence e o Global Telecom Networks Centre of Excellence – são um projeto pioneiro da rede global da Deloitte que foi ganho por Portugal, “num processo muito competitivo com muitas localizações na disputa”, revela ao Expresso António Lagartixo, presidente executivo e sócio gestor da Deloitte em Portugal. “Não sei dizer ao certo quais foram as geografias porque quem fez o processo de seleção foi a Deloitte Global, mas houve países de Leste, Índia e até mesmo os EUA”.

Afirma, taxativo, que “não concorremos no baixo custo, cada um dos países jogou com as suas mais-valias, número de pessoas disponíveis, lei laboral, preço do trabalho, localização geográfica, etc”. A operação nacional valeu-se de “dois fatores: a experiência no fornecimento destes serviços a nível mundial; e o facto de termos recursos humanos com enorme capacidade técnica e, assim, conseguirmos entregar uma solução com um menor número de pessoas”, explica o gestor. Ou seja, com um binómio competências/custo bastante atrativo.

O Global Telecom Networks Centre estará situado em Lisboa “porque vai ter não só um centro de desenvolvimento de soluções, mas também um centro de operações de redes e um departamento de segurança cibernética. Por isso precisa de uma localização específica”, revela o CEO. Aqui serão menos pessoas, cerca de 300. Este Centro de Excelência terá o primeiro laboratório da Deloitte, a nível mundial, para fazer prototipagem de soluções sectoriais baseadas em tecnologia 5G.

Por sua vez, o Global Technology Solutions Centre irá dedicar-se a prestar serviços de consultoria em inovação e desenvolvimento de soluções tecnológicas e de transformação digital de operações complexas, para todo o mundo. Haverá alianças para a partilha da experiência e conhecimento detidos por outras geografias.

Estas unidades serão fornecedoras de serviços “distintivos” para o mercado externo, numa primeira fase para as firmas que fazem parte da rede global da Deloite, em particular na Europa, Estados Unidos da América e Canadá.

O recrutamento será feito nas áreas de tecnologias de informação e de telecomunicações, mas o leque não se fecha aqui e também serão feitas contratações noutras formações com o objetivo de formar equipa multidisciplinares para responder a pedidos de soluções que precisam de agregar várias competências, como a engenharia eletrotécnica, o marketing ou a gestão, por exemplo.

Este nível (quantidade) de contratação será possível, segundo António Lagartixo porque muitos dos novos quadros serão recém licenciados vindos de institutos superiores ou de politécnicos com os quais a Deloitte tem parcerias. Profissionais com experiência serão igualmente necessários e vai existir “uma pirâmide de senioridade”.

António Lagartixo deu uma entrevista ao Expresso, que será publicada na edição deste fim-de-semana, onde explica o projeto em maior detalhe, e fala das prioridades estratégicas da Deloitte, entre outros temas.

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