"A maior dificuldade da gestão consistiu no facto de o atual BES [Banco Espírito Santo] ter de começar a funcionar de imediato sem estar dotado de uma estrutura", declarou o responsável, que falava na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES).
O presidente do BES sublinhou ter "plena consciência das dificuldades" da tarefa "limitada por fortes condicionalismos" que tem em mãos.
"A resolução do BES constitui, na verdade, uma situação inédita em Portugal e mesmo na União Europeia. Coloca-nos, por isso, perante desafios para os quais não existe experiência anterior", advogou Luís Máximo dos Santos na sua intervenção inicial.
No dia 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.
No chamado banco mau ('bad bank'), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas.
No 'banco bom', o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.
A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.
Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
Lusa