Economia

Crato diz que cortes no ensino superior não podem continuar com o mesmo ritmo

O ministro da Educação defendeu hoje que as universidades estão a funcionar melhor apesar dos cortes orçamentais a que foram sujeitas nos últimos anos e admitiu que as quebras de financiamento não podem continuar "a este ritmo".

LUSA

Em entrevista à RTP, o ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, defendeu  que o corte de até 1,5% previsto para o Orçamento do Estado de 2015 é um  sinal de que as quebras de financiamento a que as instituições de ensino  superior públicas têm sido sujeitas já estão a estabilizar, sublinhando  que não podem continuar ao mesmo ritmo do que tem vindo a acontecer. 

Crato sublinhou ainda o papel dos reitores e da gestão das instituições  no aumento das receitas próprias das universidades para contrariar o impacto  dos cortes a que foram sujeitas. 

O ministro admitiu ainda que as restrições orçamentais "estão sempre  presentes" nas decisões que toma, e que se tivesse mais dinheiro, "no essencial",  aplicava-o na reabilitação de escolas, depois de confrontado com uma reportagem  que apresentava vários casos de escolas por terminar ou a funcionar com  recurso a contentores. 

"As decisões pedagógicas foram todas tomadas em função da qualidade  do ensino", ressalvou. 

Nuno Crato recusou ainda a ideia de que as turmas nas escolas portuguesas  estejam sobredimensionadas, dizendo que no último ano as turmas do 1. ciclo  tinham em média 21 alunos, do 2. e 3. ciclos 22 alunos e do ensino secundário  24 alunos. 

Acrescentou que apenas 5% das turmas se aproximava, no passado ano letivo,  do limite legal máximo de número de alunos por turma. 

O governante disse que o sistema tem "os professores necessários" e  que no dia em que arranca o ano letivo a maioria dos professores está colocada  nas escolas.  

Questionado sobre a existência de turmas mistas no 1. ciclo (com alunos  de diferentes anos de escolaridade), Nuno Crato sublinhou que essa realidade  é consequência da quebra de natalidade, que levou o ministério a concentrá-los  em centros escolares e a encerrar escolas com poucos alunos. 

"Há algumas resistências a esta concentração, mas ela tem que acontecer",  frisou o ministro, que voltou a defender que os centros escolares representam  uma melhoria das condições de ensino para os alunos que os frequentam. 

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