Economia

Governador do BdP vai hoje ao Parlamento falar sobre situação do BES

O governador do Banco de Portugal (BdP), Carlos Costa, é ouvido hoje pelos deputados devido às preocupações sobre a exposição do Banco Espírito Santo (BES) ao Grupo Espírito Santo (GES), entidade que atravessa uma série de dificuldades financeiras.

Lusa
Andre Kosters

A audição do líder do supervisor bancário tem lugar às 10:00 na comissão  do Orçamento e Finanças, no Parlamento. 

Entretanto, já está agendada a audição de Carlos Tavares, presidente  da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), na mesma comissão,  para o dia 24 de julho, à mesma hora. 

Entre outras matérias, o responsável vai ser questionado sobre as aplicações  financeiras emitidas por várias entidades do GES e sobre as quais pairam  os fantasmas' do incumprimento. 

Na quinta-feira foi a vez da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque,  ter realçado perante responsáveis dos vários grupos parlamentares que os  problemas que surgem em grupos privados têm que ser resolvidos na esfera  privada, afastando liminarmente a hipótese de nacionalização do GES. 

Quanto ao BES, a ministra salientou ainda que "a intervenção pública  na banca é sempre um cenário de último recurso". 

A governante garantiu ainda que o executivo de Passos Coelho não teve  qualquer atuação ao nível das recentes nomeações feitas para a gestão do  BES, perante as críticas de partidarização do banco, feitas pela oposição.

O requerimento para a audição do governador do Banco de Portugal foi  apresentado pelo PCP, enquanto os requerimentos para as audições da ministra  das Finanças e do presidente da CMVM foram colocados pelo Bloco de Esquerda.

Todos os grupos parlamentares aprovaram a chamada dos três responsáveis  à comissão do Orçamento, Finanças e Administração Pública. 

Nas últimas semanas, foram sendo tornados públicos vários problemas  em empresas da área não financeira do GES, que têm levantado receios de  contágio ao BES, cuja gestão acabou de mudar de mãos. 

O novo presidente executivo do BES, Vítor Bento, que substituiu o líder  histórico Ricardo Salgado, disse na segunda-feira, dia em que entrou em  funções, que a prioridade no banco é "reconquistar a confiança dos mercados"  e pôr fim à especulação. 

O Banco de Portugal já veio várias vezes a público garantir a solidez  financeira do BES, e o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, também já  tranquilizou os depositantes do banco.

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