Economia

Barroso diz que Governo "fez muito bem" em dispensar última tranche

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel  Durão Barroso, disse hoje que o Governo "fez muito bem" em dispensar a última  tranche do empréstimo da troika, até porque já dispõe de "condições financeiras"  que o permitam fazer. 

"Se agora, por causa das decisões do Tribunal Constitucional (TC), se  tivesse de prolongar mais o programa  (de ajustamento), isso teria consequências  talvez em termos de falta de confiança dos mercados. E portanto acho que  o Governo fez muito bem, e fez bem porque felizmente Portugal tem hoje uma  confiança que não dispunha há algum tempo atrás, e já tem condições financeiras  para dispensar esta última tranche", disse Barroso aos jornalistas em Albufeira,  no Algarve. 

O presidente do executivo comunitário falava à margem do segundo dia  de trabalhos das "jornadas de estudo" do Partido Popular Europeu (PPE) em  Portugal, que findam na quarta-feira no Algarve. 

A ministra das Finanças anunciou na semana passada que o Governo abdicou  de "receber o último reembolso do empréstimo" por não querer solicitar "uma  nova extensão que reabrisse o programa com a 'troika'". 

Pedir a continuação do programa de assistência teria sido "bastante  penalizador" para Portugal, acredita Barroso. 

A "confiança" e "margem financeira" do país levaram a que o Governo  pudesse tomar uma decisão "que há algum tempo atrás" não seria possível,  reforçou. 

A baixa dos juros para que Portugal se financie nos mercados é bom sinal  e prova de que o programa de ajustamento funcionou nesse sentido, mas há  agora "muito mais coisas a fazer", nomeadamente "criar as bases para um  crescimento sustentável" e acabar com "níveis tão elevados de desemprego".

Para Durão Barroso, o Governo mantém também presente o sinal "indispensável"  para a Comissão Europeia de que vai cumprir as suas obrigações "independentemente  do programa". 

"Como sabem, há um tratado, o tratado orçamental, que obriga os governos  (...) coletivamente na União Europeia", advertiu o presidente da Comissão.

Com Lusa

Últimas