Economia

FMI está a discutir com Governo impactos do chumbo do Tribunal Constitucional

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está  a discutir com o Governo português as implicações do chumbo do Tribunal  Constitucional, disse hoje o porta-voz da instituição, Gerry Rice. 

(EPA/ Arquivo)
JIM LO SCALZO

"Estamos a discutir as implicações das decisões do Tribunal Constitucional  (TC) com as autoridades portuguesas. Estamos a explorar opções", disse o  porta-voz da instituição liderada por Christine Lagarde hoje em conferência  de imprensa. 

Questionado sobre se a conclusão do programa de ajustamento está em  causa com o chumbo do Tribunal Constitucional, bem como o pagamento da última  tranche, que da parte do FMI vale 900 milhões de euros (no total são 2,6  mil milhões, juntando os 1,7 mil milhões da Comissão Europeia), Gerry Rice  recusou "especular sobre Portugal". 

O Tribunal Constitucional declarou inconstitucionais três medidas do  Orçamento do Estado para 2014: os cortes salariais acima dos 675 euros,  a alteração ao cálculo das pensões de sobrevivência e a aplicação de taxas  de 5% sobre o subsídio de doença e de 6% sobre o subsídio de desemprego.

Estas medidas 'chumbadas' pelo Tribunal Constitucional foram avaliadas  na apresentação dos respetivos orçamentos do Estado em cerca de 1.820 milhões  de euros, mas o impacto do chumbo em 2014 será inferior a este valor. 

No terceiro dia após o chumbo, a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque,  admitiu que este chumbo "tem um impacto muito significativo", realçando  que o Governo precisa de tempo para preparar as alternativas. 

Por outro lado, a governante indicou que a carta de intenções relativa  ao período pós-'troika' "foi escrita e enviada", mas que terá de ser atualizada  novamente e encaminhada para os credores oficiais. o que significará que,  perante à posição do TC sobre matérias fulcrais para a estratégia orçamental  do Governo, a mesma terá que ser atualizada novamente e encaminhada para  os credores oficiais.  

O Parlamento aprovou, na quarta-feira, o envio para o Tribunal Constitucional  de um pedido de aclaração do acórdão dos juízes do Palácio Ratton feito  pelo Governo. 

 

Lusa

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