Economia

Novo modelo de financiamento do ensino superior poderá avançar em 2015

O Governo quer que o novo modelo de financiamento do ensino superior público, cuja proposta, ainda com muitas questões em aberto e em discussão pública, seja integrada, "numa forma ainda incompleta", no Orçamento do Estado para 2015.

O Governo pretende associar o financiamento das universidades e institutos  politécnicos aos resultados dos alunos e à produção de conhecimento, segundo  o documento hoje apresentado para a reorganização do Ensino Superior (LUSA)
PAULO NOVAIS

O objetivo foi adiantado pelo secretário de Estado do Ensino Superior,  José Ferreira Gomes, a quem coube hoje, numa conferência de imprensa no Palácio das Laranjeiras, em Lisboa, apresentar as linhas de orientação estratégica  para o ensino superior, e onde também esteve presente o ministro da Educação  Nuno Crato, e a secretária de Estado da Ciência, Leonor Parreira. 

O Governo pretende associar o financiamento das universidades e institutos  politécnicos aos resultados dos alunos e à produção de conhecimento, segundo  o documento hoje apresentado para a reorganização do Ensino Superior. 

" (... ) será proposto um novo modelo de financiamento baseado na contratualização  com cada instituição da oferta educativa necessária para dar resposta às  expetativas dos estudantes e da sociedade. Fixados os objetivos quantitativos,  serão considerados fatores de qualidade sempre que existam indicadores auditáveis  e compreensíveis, que serão desenvolvidos em cooperação com as próprias  instituições", lê-se num documento distribuído no final da conferência de  imprensa. 

No entanto, não foi concretizado qualquer dos critérios ou indicadores  pelos quais se pretende avaliar a qualidade do trabalho produzido pelas  universidades e politécnicos, e que passam a ser um fator de ponderação  para as verbas a ser transferidas pelo Estado. 

Esses critérios e indicadores estão ainda a ser estudados e trabalhados  com as universidades e politécnicos, a quem já foram solicitados contributos,  adiantou o secretário de Estado. 

No entanto, tendo em conta as linhas de orientação apresentadas, indicadores  como a produção de artigos científicos, ou o registo de patentes, podem  ser alguns dos critérios a definir o financiamento dado a cada instituição  de ensino superior. 

O novo modelo não deixará, ainda assim, de ter em conta o número de  alunos matriculados nas instituições, com o financiamento a ter por base  a procura dos cursos e o seu ajustamento "às necessidades previsíveis".

José Ferreira Gomes disse que com esta proposta se pretende discutir  e trabalhar num modelo de financiamento "que possa ajustar-se melhor às  condições de hoje", e que integre fatores de qualidade e de aprendizagem  dos estudantes. 

Questionado sobre o porquê de a atual fórmula de financiamento do ensino  superior -- que já prevê "uma lista de itens" para avaliar a qualidade do  trabalho das universidades -- não estar a ser aplicada na sua totalidade,  José Ferreira Gomes não soube explicar porquê, nem conseguiu comprometer-se  com a aplicação futura da fórmula, ainda em projeto, que hoje apresentou.

"Não dou garantias sobre o futuro", disse. 

Lusa

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