Economia

Pires de Lima garante que não há plano B e afasta aumento de impostos

O ministro da Economia garantiu, em entrevista hoje publicada pelo Diário Económico, que o Governo não tem um plano B caso o Tribunal Constitucional chumbe o Orçamento do Estado para 2014, afastando a possibilidade de recorrer a novos impostos.

"De facto não temos nenhum plano B", afirmou António Pires de Lima,  sobre a apreciação que os juízes farão do Orçamento do Estado, já a começar  pelo corte nas pensões. 

"Reduzir a despesa pública não é substituível por qualquer aumento de  impostos. Aumentar os impostos outra vez? Seria mau para a economia, que  finalmente está a retomar, e os credores nem querem ouvir falar do assunto",  declarou. 

Garantindo que o Governo está tranquilo em relação à avaliação do Tribunal  Constitucional, o ministro defendeu que este orçamento foi trabalhado com  cuidado pelo executivo, "recolhendo também os ensinamentos que foi obtendo  ao longo de 2011, 2012 e 2013". 

Apesar de lembrar que a atual Constituição "não impediu que o país entrasse  em pré-'default', quase em bancarrota, três vezes nos últimos 40 anos",  Pires de Lima adiantou considerar ser "do interesse geral que, com esta  Constituição, Portugal consiga terminar bem este programa já em junho de  2014". 

No sábado, o Presidente da República requereu a fiscalização preventiva  da constitucionalidade do regime de convergência de pensões entre o setor  público e privado, que reduz cerca de 10% pensões superiores a 600 euros,  anunciou a Presidência. 

Cavaco Silva pediu ao Tribunal Constitucional que se pronuncie sobre  a constitucionalidade das normas que determinam a redução em 10% de pensões  em pagamento e das normas que determinam o recálculo do montante de pensões  em pagamento, divulgou o Palácio de Belém na sua página na internet. 

No mesmo dia, o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel  Poiares Maduro, afirmou que o Governo não tem nenhuma alternativa preparada  para um eventual chumbo do Tribunal Constitucional ao regime de convergência  de pensões entre o setor público e privado.  

O Expresso noticiou no sábado que o Governo pode voltar a subir o IVA  se o TC chumbar o diploma das pensões. 

Na entrevista hoje publicada, o ministro da Economia avançou ainda Portugal  tem de fazer um esforço de comunicação aos mercados dos progressos que têm  feito. 

"Somos um país da Europa do Sul e sabe-se como é que os países da Europa  do Sul, em determinados momentos, foram tratados ao longo desta crise, mas  acima de tudo acho que tem de haver um esforço acrescido de comunicação  por parte de Portugal naquilo que são os mercados que depois avaliam esses  indicadores", disse. 

Pires de Lima também adiantou que o Banco de Fomento irá utilizar, em  2014 e 2015, 1,5 mil milhões de euros em fundos estruturais, mas vai também  tentar captar linhas de financiamento internacionais, também de 1,5 mil  milhões de euros.

Sublinhando que o Banco de Fomento vai estar sob supervisão do Banco  de Portugal, Pires de Lima referiu que o novo organismo vai funcionar "em  registo de complementaridade com a banca comercial, mais vai ter elementos  de financiamento e de capitalização". 

Últimas