Desporto

Morreu o namorado que incendiou atleta olímpica do Uganda

Dickson Ndiema Marangach não resistiu aos ferimentos provocados pelo próprio ataque contra Rebecca Cheptegei. “Este homem está morto porque matou a minha filha”, diz o pai da atleta olímpica do Uganda.

Rebecca Cheptegei
Dylan Martinez

SIC Notícias

Dickson Ndiema Marangach, responsável pela morte da atleta olímpica Rebecca Cheptegei, queimada viva na semana passada, faleceu esta segunda-feira num hospital do Quénia, segundo a imprensa local.

O homem de 25 anos tinha queimaduras em 30% do corpo e não resistiu aos ferimentos provocados pelo próprio ataque contra a então namorada e maratonista do Uganda.

“Ele desenvolveu insuficiência respiratória como resultado de queimaduras graves nas vias aéreas que levaram à sua morte”, afirmou o diretor executivo do Moi Teaching and Referral Hospital, Philip Kirwa.

Joseph Cheptegei, pai de Rebecca Cheptegei, disse à Reuters que Ndjema Marangach “morreu por causa das suas ações”: “Este homem está morto porque matou a minha filha”.

Queimou namorada viva

Rebecca Cheptegei, que terminou em 44.º na maratona dos Jogos Olímpicos de Paris, perdeu a vida na semana passada, dias depois de ter sido queimada por Ndiema Marangach, que a regou com gasolina e a incendiou, na rua, em frente às duas filhas.

"Tomámos conhecimento da triste morte da nossa atleta olímpica Rebecca Cheptegei na sequência de um ataque violento do namorado. Que a sua alma descanse em paz e condenamos veementemente a violência contra as mulheres", afirmou o presidente do Comité Olímpico do Uganda, Donald Rukare, numa mensagem na rede social X (antigo Twitter). "Este foi um ato cobarde e sem sentido que levou à perda de uma grande atleta. O seu legado permanecerá vivo", acrescentou.

De acordo com um relatório da polícia consultado pela AFP, Ndiema Marangach invadiu a propriedade de Rebecca Cheptegei, enquanto esta se encontrava na igreja com os filhos.

A maratonista vivia com a irmã e dois filhos na casa que tinha construído em Endebess, cidade onde treinava, a 25 quilómetros da fronteira com o Uganda, disse na terça-feira o pai Joseph Cheptegei.

Mais uma tragédia

Nos últimos anos, várias tragédias enlutaram o mundo do atletismo queniano.

Em abril de 2022, o corpo de uma atleta do Bahrein de origem queniana, Damaris Mutua, foi encontrado em Iten, famoso local de treinos para corridas de longa distância nos planaltos do vale do Rift. O companheiro é suspeito do crime.

Em outubro de 2021, a promissora atleta de 25 anos Agnes Tirop, dupla medalha de bronze mundial nos 10 mil metros (2017, 2019) e 4.ª nos Jogos Olímpicos de Tóquio nos cinco mil metros, foi encontrada esfaqueada em casa, em Iten.

O marido, Emmanuel Ibrahim Rotich, está a ser julgado por homicídio, negando as acusações.

Com LUSA

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