Desporto

Alterações promovidas por Roberto Martínez foram "absolutamente clarividentes"

O comentador da SIC, João Rosado, explica os motivos que contribuíram para que Portugal garantisse os três pontos frente à Escócia, uma partida a contar para a Liga das Nações.

João Rosado

SIC Notícias

João Rosado, comentador desportivo da SIC, acredita que a Seleção Nacional sairia beneficiada se Roberto Martínez, selecionador nacional, apostasse em dois homens na frente de ataque. Quanto ao Benfica, entende que é o clube dos "três grandes" que "suscita maiores pontos de interrogação", devido à recente troca de treinador.

João Rosado considera que a exibição do guarda-redes da Escócia, Angus Gunn, "contribuiu bastante" para "atrasar a vitória portuguesa", mas acrescenta que esse não foi o único motivo pelo qual Portugal não dilatou a vantagem:

"Também houve, na primeira parte, particularidades que Portugal denunciou que tiveram influência neste resultado difícil. Ou seja, uma Seleção muito dependente do que Rafael Leão fazia pelo corredor esquerdo e pouco adaptada a tirar todo o proveito do futebol interior de Bernardo Silva".

O comentador acredita que a equipa nacional beneficiaria se tivesse "mais presença na grande área".

Prova disso, refere, foi o lance do golo de Cristiano Ronaldo, que foi "absolutamente emblemático" porque que Diogo Jota "também estava lá para incomodar" os defesas adversários.

"Quando Portugal tem dois pontas de lança consegue ter, em ocasiões diferentes, mais gente na grande área. Tudo fica mais fácil", nota.

Substituições foram "absolutamente clarividentes"

Quanto às alterações promovidas por Roberto Martínez ao longo da partida, entende que foram "absolutamente clarividentes".

Foram essas alterações que, de acordo com João Rosado, contribuíram para que Portugal fosse uma "equipa com outra desenvoltura" no segundo tempo:

"[A Seleção Nacional] ganhou com toda a justiça, apesar do resultado ser escasso perante as oportunidades de golo que foram fabricadas".

Mas tem Portugal uma oferta suficiente no que a pontas de lança diz respeito? Apesar da ausência de Gonçalo Ramos, que está a recuperar de lesão, "há matéria prima suficiente", aponta:

"O próprio Jota e o próprio Rafael Leão, mesmo jogando mais no corredor central, são sempre soluções de vulto".

Nota ainda que ficou evidente frente à Escócia que, jogando no corredor central, João Félix "é um jogador que também oferece soluções". Prossegue dizendo que quando se fala de avançados "não precisamos de ter aqui um perfil típico de um 'nove'":

"Precisamos é de ter jogadores operantes dentro da grande área e que tenham também grande inteligência tática".

Por isso, acredita que a entrada de Rúben Neves numa zona mais recuada do terreno "deu a Portugal outro tipo de abordagem", o que levou a que a Seleção, na segunda parte, "fosse uma equipa absolutamente demolidora".

Com duas vitórias nos dois primeiros jogos da Liga das Nações, Portugal segue no primeiro lugar do grupo A com seis pontos à frente da Croácia, Polónia e Escócia.

Benfica "suscita maiores pontos de interrogação"

Após a pausa para os compromissos internacionais, é hora de virar atenções novamente para os clubes. Em Portugal, dos "três grandes", o Benfica é o emblema que "suscita maiores pontos de interrogação", entende o comentador, devido à chegada do novo treinador, Bruno Lage, que substituiu Roger Schmidt:

"Vamos perceber qual será o sistema de jogo de Bruno Lage, se vai ser uma equipa suficientemente equilibrada face às muitas opções de ataque que tem à disposição, apesar de não ter escolhido os jogadores com os quais vai agora trabalhar no Seixal".
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