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Toto Wolff sobre a mudança de Hamilton para a Ferrari: "Todos querem conduzir um carro vermelho"

O piloto de 39 anos irá substituir o espanhol Carlos Sainz, que também já confirmou sua saída da equipa de Maranello no final de 2024, e será colega do monegasco Charles Leclerc.

Ozan Kose / AP

Rafael Carvalho Ferreira

Toto Wolff, diretor executivo da equipa da Mercedes na Fórmula 1, disse esta sexta-feira que ficou mais surpreso “timing” do que com a decisão de Lewis Hamilton de deixar a escudaria alemã para ingressar na Ferrari em 2025.

"Aconteceu mais cedo do que eu esperava. Quando assinamos a renovação com o Lewis [em agosto de 2023], optamos por um contrato de curta duração e esses eventos não são, portanto, uma surpresa, mas o momento talvez tenha sido", explicou o austríaco durante uma conferência de imprensa online.

"Realmente não sei por que ele mudou de ideias porque durante o período de Natal estávamos em sincronia. Mas é compreensível, ele estava a procurar um novo desafio, um novo ambiente e a última grande oportunidade para terminar a sua carreira. Todos os pilotos de corrida querem conduzir um carro vermelho e vestir-se de vermelho”, prosseguiu.

Sem ressentimentos com a Ferrari

Wolff revelou ainda que não tem qualquer ressentimento em relação a Frédéric Vasseur, o chefe da escudaria italiana, com quem tem uma boa amizade.

“Não há ressentimento em relação ao Fred por tentar ter os melhores pilotos. É uma competição muito difícil, eu faço o melhor pelo meu grupo, ele faz o seu melhor pela Ferrari. Mas fora da pista temos uma relação muito boa”, sublinhou o austríaco, que prevê que Vasseur terá “uma relação muito boa com Hamilton”.

Toto Wolff abordou a procura por um novo piloto para acompanhar o britânico George Russell no próximo ano, afirmando que “que quer ir com calma”.

Hamilton na Ferrari é "casamento perfeito"

A contratação do piloto britânico pela Ferrari a partir de 2025 é "o casamento perfeito", consideram dois especialistas em economia e marketing ouvidos pela Lusa.

Hamilton vai mudar-se para a escudaria italiana na temporada 2025, após 12 anos na Mercedes, equipa com a qual conquistou seis dos sete campeonatos que possui no currículo.

"Temos o piloto mais valioso da atualidade em termos de número de títulos conquistados, que extravasa a própria Fórmula 1, e a marca mais mítica, que não tem sido muito vencedora. É o casamento perfeito", frisa Daniel Sá, diretor do Instituto Português de Administração de Marketing, sublinhando que este é "o casamento perfeito".

A “bomba”

Esta quinta-feira, o mundo do automobilismo mundial acordou com a notícia de que o heptacampeão mundial de Fórmula 1, Lewis Hamilton, iria deixar a Mercedes para se tornar piloto da Ferrari a partir da temporada de 2025.

No final da tarde, veio a concretizar-se o que inicialmente pensava-se ser um boato. Primeiro surgiu o anúncio da Mercedes de que o piloto de 39 anos abandonaria a equipa ao fim de 12 temporadas e seis títulos conquistados (somados ao que trazia da McLaren Mercedes, em 2008), logo seguido da confirmação, nas redes sociais, pela Ferrari, de que Itália seria o destino.

Hamilton chegou à Fórmula 1 em 2007, para representar a McLaren, então equipada com motores Mercedes, e acabou por vencer o primeiro campeonato em 2008.

Em 2013 juntou-se à equipa da Mercedes - AMG F1, substituindo Michael Schumacher, tendo vencido os campeonatos mundiais de 2014, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2020, igualando o recorde de sete coroas conquistadas pelo alemão.

Em 2021, a senda de vitórias na maior competição de automobilismo foi travada pelo neerlandês Max Verstappen, da Red Bull, que veio colocar um ponto final no reinado de sete anos da Mercedes.

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