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Lufinha arranca de Portugal para dar a volta ao mundo num barco

Depois de atravessar o Oceano Atlântico, o kitesurfer português e recordista mundial Francisco Lufinha tem uma nova aventura: dar uma volta ao mundo, com a família, num veleiro catamaran. E não tem data para voltar.

SIC Notícias

Lusa

O kitesurfer português Francisco Lufinha iniciou esta sexta-feira o seu mais recente desafio, desta vez, acompanhado pela sua mulher e filhos para dar a volta ao mundo num veleiro catamaran restaurado pela família.

"Vamos arrancar de Portugal e vamos tentar dar uma volta ao mundo, viver culturas diferentes, fugir um pouco da confusão da cidade e ter algum tempo de qualidade. Mas, para mim, é uma responsabilidade muito mais acrescida", adiantou o atleta, que detém desde 2015 o recorde mundial da maior viagem de 'kitesurf' sem paragens, que ligou Lisboa e Madeira, em 48 horas.

A rota que se inicia na capital do país tem como primeira paragem o arquipélago da Madeira, seguindo para Canárias, Cabo Verde, percurso que Francisco Lufinha espera ter percorrido até ao final do ano, altura em que irá realizar a única interrupção para se deslocar a Portugal de avião devido a alguns compromissos, mas referindo que "depois de atravessar o Oceano Atlântico já não deixa mais o barco".

Depois vários desafios, entre 2013 e 2017, sem barco de apoio, Lufinha vai agora contar com a companhia da sua mulher, Margarida Lufinha, e dos seus dois filhos, Francisco, de cinco anos, e Vera, de três.

E vai ser já em 2024 que a aventura segue para o sul das sul das Caraíbas, no canal do Panamá, seguindo-se a maior travessia, a do Pacífico, que comporta "um mês no mar sem ver terra, nomeadamente, entre o Panamá e a Polinésia Francesa", onde pretende ficar vários meses, para depois seguir para a Austrália.

Sem data para voltar

O restante percurso, segundo Francisco Lufinha, ainda está em aberto, dependendo do estado do tempo e dos conhecimentos, seja de "outras famílias estrangeiras que estejam a fazer o mesmo ou amizades que forem surgindo, para então definir a melhor rota".

"No mar, andamos assim, não é bem como queremos", advertiu o kitesurfer.

Lufinha diz que foi a solidão que lhe deu a ideia de viajar em família, em 2021, quando foi de Portugal às Caraíbas num trimaran, em 20 dias.

"Estive muito tempo isolado e só pensava como é que seria estar ali com os meus filhos e com a minha mulher. Confesso que na altura me pareceu uma ideia muito tranquila e simples de realizar, mas agora que já passou este tempo todo e que já me preparei, os receios e a responsabilidade são muito maiores do que quando vou sozinho", admitiu o velejador com um mestrado em Engenharia e Gestão Industrial à agência Lusa.

A aventura iniciada é também um desafio pela idade dos seus filhos, antes de Francisco e Margarida entrarem no ensino regular.

"Vamos estar 24 horas por dia com os nossos filhos, temos de lhes dar aulas, que os entreter e navegar o barco (...), por exemplo, entre o Panamá e a Polinésia Francesa, temos de ser nós, com a farmácia que temos a bordo a resolver qualquer problema, com o apoio remoto de um médico", explicou.

"Zinga", o catamaran de 1996

A viagem que tem um mínimo estimado de um ano será realizada num veleiro catamaran, de 1996, com 44 pés (13,5 metros de comprimento por sete de largura) chamado "Zinga", que começou a ser restaurado pela família em novembro último.

A embarcação vai estar equipada com duas máquinas de dessalinização de água, painéis solares, um gerador eólico, mas, apesar de o percurso ser maioritariamente feito à vela, motores, para as manobras nas marinas.

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