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João Almeida é o primeiro ciclista português no pódio final do Giro

João Almeida cortou a meta no final dos 126 quilómetros da 21.ª etapa, com início e final em Roma, integrado no pelotão encabeçado pelo britânico Mark Cavendish.

RICCARDO ANTIMIANI

Lusa

SIC Notícias

João Almeida (UAE Emirates) tornou-se este domingo no primeiro português a subir ao pódio final da Volta a Itália e o primeiro ciclista nacional a terminar entre os três melhores de uma grande Volta desde Joaquim Agostinho no Tour1979.

Almeida cortou a meta, no final dos 126 quilómetros da 21.ª etapa, com início e final em Roma, integrado no pelotão encabeçado pelo britânico Mark Cavendish (Astana), e viu o seu terceiro lugar final confirmado, numa 106.ª edição da 'corsa rosa' ganha pelo esloveno Primoz Roglic (Jumbo-Visma), que deixou o britânico Geraint Thomas (INEOS) em segundo.

O ciclista de 24 anos, que também conquistou a classificação da juventude, é o primeiro português a 'fechar' o Giro no pódio e o segundo corredor luso a ficar entre os três melhores de uma grande Volta, depois de Joaquim Agostinho ter sido terceiro nas edições de 1978 e 1979 da Volta a França e segundo na Vuelta1974.

Primeiro pódio de João Almeida coloca-o no encalço de Joaquim Agostinho

O primeiro pódio de João Almeida em grandes Voltas é também o primeiro de Portugal na Volta a Itália, que o ciclista português acabou no terceiro lugar, lançando-se no encalço dos três 'top 3' de Joaquim Agostinho.

João Almeida, de 24 anos, venceu a classificação da juventude, a 16.ª etapa e ficou em terceiro na geral final na 106.ª edição do Giro. É o melhor resultado de sempre para Portugal na Volta a Itália, a sua prova de eleição após aí se mostrar ao mundo em 2020, e consagra-o como um dos melhores ciclistas portugueses de sempre, agora no encalço do melhor, Joaquim Agostinho.

Em 2022, João Almeida juntou o quinto lugar na Vuelta ao quarto posto no Giro2020, em que escreveu uma das mais bonitas páginas do ciclismo português na 'corsa rosa', depois de 15 dias como líder da geral, e de um sexto posto na mesma corrida, no ano seguinte.

Nesse ano, mais do que melhorar o registo de José Azevedo, que em 2001, no papel de gregário de luxo do espanhol Abraham Olano, foi quinto - o mesmo lugar que alcançou no Tour2004 -, o miúdo de A-dos-Francos (Caldas da Rainha) fez Portugal sonhar com um inédito triunfo numas das grandes Voltas, que agora 'ficou' mais perto.

Seguiu-se o sexto lugar de 2021, a desilusão por covid-19 no ano seguinte, que 'redimiu' com a estreia na Vuelta.
O pódio, inédito para cores portuguesas no Giro, deixa-o no encalço Joaquim Agostinho, o maior ciclista português de todos os tempos.

Foram 11 as presenças do corredor de Torres Vedras, que morreu em 1984 na sequência de uma queda na Volta ao Algarve, entre os 10 primeiros em grandes Voltas, com os terceiros lugares no Tour (1978 e 1979) a permanecerem como os feitos mais extraordinários do ciclismo nacional.

Embora no seu palmarés figure o estatuto de vice-campeão da Vuelta em 1974, são as prestações de Joaquim Agostinho na Volta a França, onde também foi quinto (1971 e 1980), sexto (1974) e oitavo (1969, 1972 e 1973), que perduram no imaginário coletivo.

João Almeida ultrapassa José Azevedo no top 10 em grandes Voltas

Almeida ultrapassa ainda José Azevedo na tabela de 'top 10' em grandes Voltas, uma vez que chega ao quarto, somando o terceiro lugar de hoje a um quarto em 2020, sexto em 2021 e ao quinto posto na Vuelta, contra três do ex-ciclista.

Acima, como sempre, só Joaquim Agostinho, que somou 11 presenças entre os melhores 10 de cada prova, mas nunca no Giro, em que só o jovem das Caldas da Rainha fez 'top 10' mais do que uma vez -- Azevedo e Acácio da Silva conseguiram-no por uma ocasião cada.

O corredor da UAE Emirates, de resto, praticamente não conhece outra realidade nas grandes Voltas a não ser os 10 primeiros, tirando o percalço em 2022, quando lutava pelo pódio final da cor rosa e um positivo à covid-19 o tirou de prova, um bom presságio antes do objetivo, já assumido pelo próprio, de se estrear na Volta a França em 2024.

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